Guerra e imaginarios acuáticos en Euclides da Cunha
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2024.86508Palavras-chave:
Guerra, Infraestructura, Agua, Amazonia, Euclides da CunhaResumo
Este artículo discute las relaciones entre guerra, agua e infraestructuras en la obra del escritor brasileño Euclides da Cunha, con un particular énfasis en sus escritos amazónicos. El artículo propone que tanto la presencia del agua como la de la guerra son constantes a lo largo de la obra de Euclides; así, se postula que Os sertões: Campanha de Canudos (1902) no es únicamente un libro sobre la Guerra de Canudos o sobre la región del sertão nordestino, sino que en esta obra los imaginarios acuáticos juegan un papel preponderante también. Del mismo modo, À margem da história (1909) no es solo un libro sobre los ríos de la región amazónica, sino que en los ensayos que se recogen en él, el imaginario de la guerra tiene un rol preponderante. El artículo estudia los sentidos múltiples – aunque conectados – que adopta la guerra en estos ensayos y muestra cómo esta presencia crece a lo largo del texto hasta anunciar un conflicto internacional inminente. Además de subrayar el lugar que la guerra y el agua juegan en Os sertões y À margem da história, el artículo contrapone pasajes específicos buscando poner en evidencia las continuidades entre las imágenes empleadas para narrar el sertão y aquellas que aparecen en los textos amazónicos. Finalmente, el artículo se cierra al estudiar las propuestas infraestructurales relativas a la construcción de un ferrocarril y del empleo de senderos conocidos como “varadouros” para conectar ríos que complican la movilidad. También se reflexiona sobre cómo el río y el tren podrían contribuir mejor a hacer la guerra contra los países vecinos.
-------
GUERRA E IMAGINÁRIOS AQUÁTICOS EM EUCLIDES DA CUNHA
Este artigo discute as relações entre guerra, água e infraestrutura na obra do escritor brasileiro Euclides da Cunha, com ênfase particular em seus escritos amazônicos. O artigo propõe que tanto a presença da água quanto a guerra são constantes ao longo da obra de Euclides. Assim, postula-se que Os sertões: Campanha de Canudos (1902) não é apenas um livro sobre a Guerra de Canudos ou sobre o sertão nordestino, mas que nesta obra os imaginários aquáticos também desempenham um papel predominante. Da mesma forma, À margem da história (1909) não é apenas um livro sobre os rios da região amazônica, mas nos ensaios nele incluídos o imaginário da guerra desempenha um papel predominante. O artigo estuda os múltiplos – embora conectados – significados que a guerra adota nesses ensaios e mostra como essa presença cresce ao longo do texto até anunciar um conflito internacional iminente. Além de destacar o lugar que a guerra e a água ocupam em Os sertões e À margem da história, o artigo contrasta passagens específicas buscando evidenciar as continuidades entre as imagens utilizadas para narrar o sertão e aquelas que aparecem nos textos amazônicos. Por fim, o artigo termina estudando as propostas infraestruturais relacionadas com a construção de uma ferrovia e a utilização de caminhos conhecidos como “varadouros” para ligar rios que dificultam a mobilidade. Há também uma reflexão sobre como o rio e o comboio poderiam contribuir melhor para travar a guerra contra os países vizinhos.
-------
Original em Espanhol.
Referências
BECKMAN, Ericka. Capital Fictions: The Literature of Latin America’s Export Age. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2013.
BERNUCCI, Leopoldo M. A imitação dos sentidos. Prógonos, contemporâneos e epígonos de Euclides da Cunha. São Paulo: Edusp, 1995.
BERNUCCI, Leopoldo M. “Prefácio”. In: Euclides da Cunha. Os sertões (Campanha de Canudos). Ed. Leo¬poldo M. Bernucci. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, pp. 13-49.
BERNUCCI, Leopoldo M. Paraíso suspeito: A voragem amazônica. São Paulo: Edusp, 2017. Trad. Geraldo Gerson de Souza.
BRAVEBOY-WAGNER, Jacqueline Anne. The Venezuela-Guyana Border Dispute: Britain’s Colonial Legacy in Latin America. New York: Routledge, 2019.
CARSE, Ashley. Beyond the Big Ditch: Politics, Ecology, and Infrastructure at the Panama Canal. Cambrid¬ge, MA: MIT Press, 2014.
CUNHA, Euclides da. Os sertões (Campanha de Canudos). Ed, Leopoldo M. Bernucci. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001 [1902].
CUNHA, Euclides da. À margem da história. São Paulo: Martins Fontes, 1999 [1909].
DA SILVA PONTES, Kassius Diniz. Euclides da Cunha, o Itamaraty e a Amazônia. Brasília: Funag, 2005.
DE LA PEDRAJA, René. Wars of Latin America, 1899-1941. Jefferson, NC: McFarland & Company, 2006.
DELEUZE, Gilles y Félix Guattari. Mil mesetas: Capitalismo y esquizofrenia. Trad. José Vázquez Pérez. Va¬lencia: Pre-textos, 1997 [1980].
ESPINOZA CÁRDENAS, Freddy Orlando. La Vorágine de Euclides da Cunha: um livro de meu amigo men¬tal JoséEutasio Rivera. EDUA: Manaus, 2014.
FERNÁNDEZ BRAVO, Álvaro. “Territorios porosos: patrimonio natural y patrimonio cultural, perspectivas desde la literatura de viajes y el ensayo latinoamericano”. Revista de crítica literaria latinoamericana, 40: 79 (2014). 97- 120.
GÁRATE, Miriam. Civilização e barbárie n’Os sertões. Entre Domingo Faustino Sarmiento e Euclides da Cunha. São Paulo: Fapesp/Mercado de Letras, 2001.
HARDMAN, Francisco Foot. Trem fantasma: a modernidade na selva. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
HECHT, Susanna B. The Scramble for the Amazon and the “Lost Paradise” of Euclides da Cunha. Chicago: University of Chicago Press, 2013.
ISHMAEL, Odeen. The trail of diplomacy: the Guyana-Venezuela border issue. Volume one, Colonization, boundary dispute and arbitration. Odeen Ishmael, [Guyana?], 2013.
JOHNSON, Adriana Michèle Campos. “Infrastructure”. In: Handbook of Latin American Environmental Aesthetics. Ed. Jens Andermann, Gabriel Giorgi and Victoria Saramago. De Gruyter, 2023. 229-243.
LARKIN, Brian. “The Politics and Poetics of Infrastructure”. Annual Review of Anthropology. 2013. 42:327– 43.
LASSO, Marixa. Erased: The Untold Story of the Panama Canal. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2019.
MARTÍNEZ-PINZÓN, Felipe. “La potencia bélica del clima: representaciones de la Amazonía en la Guerra con el Perú (1932-1934)”. En Felipe Martínez-Pinzón y Javier Uriarte, eds. Entre el humo y la niebla: Guerra y cultura en América Latina. Pittsburgh: Instituto Internacional de Literatura Iberoamericana, 2016. 217-242.
QUIN, Alejandro. “Rubber”. En Fernando Degiovanni y Javier Uriarte, eds. Latin American Literature in Transition, 1870-1930. Cambridge: Cambridge University Press, 2023. 15-29.
TORRES, Cinthya. “Contested Frontiers: Territory and Power in Euclides da Cunha’s Amazonian Texts”. En Martínez-Pinzón y Javier Uriarte, eds. Intimate Frontiers: A Literary Geography of the Amazon. Liverpool: Liverpool University Press, 2019. 67-87.
URIARTE, Javier. The Desertmakers: Travel, War, and the State in Latin America. New York: Routledge, 2020.
URIARTE, Javier. “Euclides da Cunha en la Amazonía: pensar el desplazamiento, controlar los espacios, anunciar la guerra”. Revista de crítica literaria latinoamericana. XLV: 90 (2019). 15-28.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
AUTORIZAÇÃO
A Matraga – Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ está autorizada a publicar o artigo ora submetido, caso seja aceito para publicação online. Fica atestado que a contribuição é original, que não está sendo submetida a outro editor para publicação, e que a presente declaração é a expressão da verdade.
Os trabalhos publicados no espaço virtual da Matraga – Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ serão automaticamente cedidos, ficando os seus direitos autorais reservados à Matraga. Sua reprodução, total ou parcial, é condicionada à citação dos autores e dos dados da publicação.
A Matraga utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.