Mãe de mil afetos: a reinvenção da família em O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2025.85366

Palavras-chave:

Valter Hugo Mãe, O filho de mil homens, Afeto, Vulnerabilidade, Família

Resumo

O presente artigo debruça-se sobre a obra O filho de mil homens (2011), de Valter Hugo Mãe, no intuito de analisar como a solidão, ao se transmutar em afeto, suscita a criação de outras possibilidades de mundos na e a partir da literatura. Nesse sentido, a obra aborda questões relacionadas à desumanização associada à vulnerabilidade de corpos que não se adequam ao padrão, estabelecendo contato de forma bastante profícua com diversos outros textos que marcam a história da literatura ocidental. É no encalço desta grande conversa que o artigo busca pensar a obra de Mãe e as perspectivas que surgem a partir de sua leitura. A origem e a natureza dos afetos estão intimamente relacionadas ao modo de vida dos sujeitos, e é, sobretudo, no encontro das diferenças que a obra nos proporciona uma nova forma de ressignificação do mundo e do sentido de família. Para tal, as abordagens de Foucault (1976), Delumeau (2009), Agamben (2007), Spinoza (2017), Nietzsche (2009) e Chauí (2000) serão de significativa importância. Além das contribuições de Bachelard (2018) e Bakhtin (1998).

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Biografia do Autor

Clarisse Dias Pessôa, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutoranda em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestra em Estudos Literários – Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, com bolsa CNPq, pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Especialista em literatura Infantoju- venil, também pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa.

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Publicado

2025-02-26

Como Citar

DIAS PESSÔA, Clarisse. Mãe de mil afetos: a reinvenção da família em O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe. Matraga - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, Rio de Janeiro, v. 32, n. 64, p. 129–140, 2025. DOI: 10.12957/matraga.2025.85366. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/85366. Acesso em: 21 maio. 2025.

Edição

Seção

Estudos Literários