O projeto intertextual de Também guardamos pedras aqui: a retomada histórica-poética- -feminista da Guerra de Troia
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2024.83217Palavras-chave:
Também guardamos pedras aqui, Intertextualidade, Ponto de vista feminista, Poesia e representação feminina, GuerraResumo
Este artigo propõe uma análise da obra Também guardamos pedras aqui, de Luiza Romão, na qual a slammer brasileira retoma a Ilíada, de Homero. Ao contemplar a guerra de Troia, os poemas traçam um percurso por temas que problematizam a representação da mulher, a literatura ocidental, a poesia, os feminismos, o poder e a política, propondo um imaginário decolonial que subverte a apreensão da colonização/ guerra como equiparada a um processo de civilização. A obra, vencedora do Prêmio Jabuti 2022 na Categoria Poesia, traz a imagem das pedras como instrumentos de autodefesa e de luta, em um jogo intertextual em que a palavra, a poesia podem representar pedras que mulheres – do passado e do presente – afiam para defesa, para resistência e para (re)existência nos diferentes contextos de opressão que seguem configurando múltiplas guerras enfrentadas, cotidianamente, por esse grupo minoritário.
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