Testamento e liberdade: a tradução de “Liberté”, de Paul Éluard, e a II Guerra na poesia bandeiriana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2024.83174

Palavras-chave:

Manuel Bandeira, Paul Éluard, modernismo, poesia de circunstância, II Guerra Mundial

Resumo

Escrito em 1943, o poema “Testamento”, de Lira dos Cinquent’Anos, indica uma mudança nos interesses de Manuel Bandeira enquanto poeta, em uma das raras alusões a acontecimentos políticos presentes na sua obra. Embora os aspectos temáticos e formais do poema sejam característicos da obra bandeiriana, surge o questionamento sobre o papel da poesia em um mundo assolado por acontecimentos fora do alcance do eu-lírico. Assim, o poema expande o conceito de “poesia de circunstância” presente na poética bandeiriana. No mesmo período, Bandeira traduziu a quatro mãos, com Carlos Drummond de Andrade, o poema “Liberté”, de Paul Éluard, que demonstra como a preocupação com o alcance da poesia durante o conflito armado também se estendia para o campo concreto.

Biografia do Autor

Sylvia Tamie Anan, Universidade de São Paulo (USP)

É Professora do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH-USP, au- tora da tese “Com frescas flores coroar-me a fronte – a tradução de Maria Stuart, de Friedrich Schiller, e a obra poética de Manuel Bandeira”.

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Publicado

2024-09-29

Como Citar

Anan, S. T. (2024). Testamento e liberdade: a tradução de “Liberté”, de Paul Éluard, e a II Guerra na poesia bandeiriana. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 31(63), 490–504. https://doi.org/10.12957/matraga.2024.83174

Edição

Seção

Estudos Literários