Práticas, percepções docentes e democratização do ensino de francês: glotopolítica(s) para o reconhecimento do aluno periférico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2024.77404

Palavras-chave:

Glotopolítica, Letramento, Ensino de francês, Ensino bi/plurilíngue

Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar nossa pesquisa de doutorado em andamento, que propõe voltar-se às práticas e às percepções docentes com vistas a reconhecer e a valorizar o público considerado periférico, com o desafio de reinventar o ensino de francês em escolas públicas. Logo, visto que as línguas estrangeiras, sobretudo o francês, têm sido implementadas e estudadas em contextos socialmente elitizados, uma per­gunta nos interessa: quais seriam as estratégias de ensino de língua estrangeira em contexto popular? Ob­jetivamos, também, investigar perspectivas mais democratizantes para o ensino da língua francesa em duas escolas municipais: a Escola Municipal Anísio Teixeira, em Niterói, e a Escola Municipal Nice Mendonça de Souza e Silva, em São Gonçalo. Logo, a fim de discutir os letramentos e percepções docentes de adaptação do ensino de francês, para reconhecer e valorizar esse público, bem como refletir sobre a implantação dos projetos aqui analisados, compartilharemos as concepções em Política Linguística (CALVET, 1997), Glotopo­lítica (GUESPIN, MARCELLESI, 1986), assim como os conceitos de Transperiferia (WINDLE et al., 2020), e os novos estudos de Letramento (MATTOS, VALÉRIO, 2010; SOUZA, 2011). Os resultados parciais nos indicam a relevância desses projetos para o fomento às práticas de reconhecimento do aluno periférico, para a re­formulação e a democratização do ensino de francês nas escolas públicas, e para a valorização do ensino plurilíngue nessas instituições.

Biografia do Autor

Gilberto Ferreira de Souza, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Professor do Programa de Línguas Estrangeiras Modernas (PROLEM) da Universidade Federal Fluminense. Membro do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Educação (GRUPPE-UFF) e do Laboratório de Pesquisas em Contato Linguístico (LABPEC- UFF). Atuou na implantação da política linguística educacional de ensino de francês para crianças, nos primeiros anos do Fundamental, em escolas municipais de Niterói. Foi professor de língua adicional (francês) nos níveis fundamental e médio, em escolas das redes pública e privada. Mestre em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense e Especialista no Ensino de Francês Língua Estrangeira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, é doutorando em Estu­dos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2024-01-27

Como Citar

de Souza, G. F. (2024). Práticas, percepções docentes e democratização do ensino de francês: glotopolítica(s) para o reconhecimento do aluno periférico. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 31(61), 89–101. https://doi.org/10.12957/matraga.2024.77404

Edição

Seção

Estudos Linguísticos