Inscrição poética e epitáfio: representação e aprofundamento metapoético a partir de Jorge de Sena e Ruy Belo
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2024.77263Palavras-chave:
Sujeito, Representação, Epitáfio, Jorge de Sena, Ruy BeloResumo
“Every poem an epitaph”, o célebre verso de T.S. Eliot de “Little Gidding”, desvela-se num sentido proposicional interpelativo de dimensões que se foram instituindo enquanto objetos privilegiados de meditação por parte do autor de Four Quartets (1941), entre os quais o tempo, o sujeito e a palavra poética. Como forma poética e gênero em cujo objeto perpassa a temporalidade como valor, o epitáfio cedo se deslocou do âmbito referencial para reclamar com a elegia (mas também com a sátira) a memória poeticamente condensada do ser em desafio com o tempo. Entre o epitáfio e a morte, há a considerar a tensão e resistência do discurso ao apagamento do sujeito no tempo, tópico que a modernidade releu e multiangularizou esteticamente em experiências criativas, como a fragmentação, a heteronímia ou a impersonalização. Nestas, o discurso poético frequentemente se autorreflete na sua condição instável, vivida entre a experiência do sujeito e a irredutibilidade a essa mesma experiência. Como sobre-vivência, o sujeito participa desta instabilização em posições que, em alguma poesia contemporânea, a par de releituras mais comuns do epitáfio como homenagem ou in memoriam, se apresentam como experiências pertinentes no âmbito da (auto)representação, a que por vezes se coadunam reflexões de estatuto metapoético. Este artigo propõe dar conta destas condições e experiências através da reflexão sobre alguns poemas-epitáfios de Jorge de Sena e Ruy Belo.
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