Notas sobre O castelo de Franz Kafka: temporalidade subjuntiva e comunidade
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2023.73461Palavras-chave:
Modernidade, Teoria literária, Temporalidade, Franz KafkaResumo
O ensaio parte de uma análise formal da temporalidade kafkiana em O castelo, mostrando como seu uso acentuado do modo subjuntivo, entre outras estratégias narrativas, ajuda a produzir o efeito insólito característico do romance. A narração em terceira pessoa, mas colada à experiência de K., descreve acontecimentos do enredo para em seguida colocá-los em dúvida, a partir de hipóteses e suposições hiperinterpretadas a partir do ponto de vista de um estranho àquela comunidade. Os fatos se esfarelam diante daquele que busca uma confirmação formal do direito de permanecer. Assim, representando e exagerando até o absurdo características marcantes da temporalidade moderna, Kafka consegue produzir um foco narrativo original que descreve a posição de insegurança, ontológica e metafísica, de figuras históricas afetadas pelas grandes guerras, como os refugiados e os imigrantes, que o protagonista K. de certa forma encarna.
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