Kierkergaard e Comte-Sponville: dois posicionamentos acerca do desespero

Autores

  • Gustavo Maciel de Oliveira Universidade de São Paulo
  • José Américo Bezerra Saraiva Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2020.47001

Palavras-chave:

interdiscursividade, discurso filosófico, desespero, Comte-Sponville.

Resumo

O presente trabalho tem como meta proceder à análise da relação de contraposição entre o discurso de André Comte-Sponville (1952-) e o do filósofo dinamarquês Kierkergaard (1813-1855) no que tange especificamente ao modo de abordar a paixão do desespero. Com base na análise, podemos dizer que, por considerar o desespero de modo positivo, de maneira oposta à do filósofo dinamarquês, Comte-Sponville se posiciona não só em relação a Kierkergaard, mas também em relação a toda uma tradição do pensamento ocidental. Entendemos que, na malha interdiscursiva que o envolve, o pensamento do filósofo francês ainda se mostra capaz de dialogar com os discursos sobre o desespero tecidos na contemporaneidade, uma vez que, ao euforizar “um aprender a viver sem esperanças”, afirma a imagem moderna de um mundo vivido na distopia. Para levar a efeito a análise, nos ancoramos em conceitos extraídos da Análise do Discurso Francesa (MAINGUENEAU, 2008) e da Semiótica Discursiva (GREIMAS; COURTÉS, 1979; SARAIVA, 2012; OLIVEIRA, 2019), tendo em vista as convergências possíveis entre esses dois campos de pesquisa.

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Biografia do Autor

Gustavo Maciel de Oliveira, Universidade de São Paulo

Doutorando em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (USP), graduou-se em Letras em 2016 pela Universidade Federal do Ceará e é mestre em Linguística por esta última instituição, título angariado em 2019 com o trabalho de dissertação intitulado "O percurso semiótico do desespero no romance Angústia, de Graciliano Ramos". É integrante dos Grupos de Estudos "GESUSP" (Grupo de Estudos Semióticos da Universidade de São Paulo) e SEMIOCE (Grupo de Estudos Semióticos da Universidade Federal do Ceará). Faz parte também da comissão editorial da revista Estudos Semióticos. 

José Américo Bezerra Saraiva, Universidade Federal do Ceará

Graduou-se em Letras (Português-Francês) pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde também concluiu os cursos de Mestrado e Doutorado em Linguística. No ano letivo 2017-2018, fez estágio de pós-doutoramento em Semiótica na Université de Limoges, França, sob a supervisão de Jacques Fontanille. É Professor Associado da Universidade Federal do Ceará e leciona na Graduação em Letras e na Pós-Graduação em Linguística. Coordena o Grupo de Estudos Semióticos da UFC (SEMIOCE) e é editor responsável pela revista Estudos Semióticos (USP), ao lado de Ivã Carlos Lopes. Integra a comissão editorial das revistas CASA-Cadernos de Semiótica Aplicada (Unesp-Araraquara) e Entrepalavras (UFC). É autor dos livros A identidade de um percurso e o percurso de uma identidade: um estudo semiótico das canções do Pessoal do Ceará (2012), A trama poética em Caetano Veloso (2014) e Exercícios de Semiótica Discursiva (2016), este em colaboração com Ricardo Lopes Leite. Tem experiência nas áreas de Linguística e Semiótica, com ênfase em Teorias Linguísticas, Semiótica Discursiva, Semiótica da Canção e Análise do Discurso. Atua principalmente nos seguintes temas: sujeito, identidade, discurso e interdiscurso.

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Publicado

2020-08-03

Como Citar

DE OLIVEIRA, Gustavo Maciel; BEZERRA SARAIVA, José Américo. Kierkergaard e Comte-Sponville: dois posicionamentos acerca do desespero. Matraga - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, Rio de Janeiro, v. 27, n. 50, p. 295–315, 2020. DOI: 10.12957/matraga.2020.47001. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/47001. Acesso em: 18 jun. 2025.