O “não-papel” feminino em ‘Mana Maria’
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2020.44335Palavras-chave:
romance de 30, Mana Maria, personagem feminina.Resumo
O único romance escrito por António de Alcântara Machado d’Oliveira1, Mana Maria (1936), é apreciado, pelos principais intérpretes da obra machadiana, como o momento de consolidação do estilo praticado pelo prosador modernista. Destarte, o presente artigo propõe analisar a singularidade da obra na produção do escritor, partindo da revisão das duas principais vertentes da tradição crítica do romance. Em um primeiro momento, entende-se que Mana Maria constitui um avanço em relação ao tratamento da personagem, representando a saída da tipificação notada nas obras da década de 1920. Em um segundo momento, o romance passa a representar a defesa de valores dos “paulistas de 400 anos”, um retrato de uma oligarquia em franca decadência social, dividida entre a glorificação do passado e a banalização do presente. O romance simbolizaria, ainda, a resposta amargurada de São Paulo à reação do país durante a Revolução Constitucionalista (1932). Para o estudo da tradição crítica e da questão da personagem no romance de 30, recorreu-se às análises de Mário de Andrade (1936), Luís Toledo Machado (1970), Cecília de Lara (1988), Sérgio Miceli (2001) e Luís Bueno (2015), entre outros. A partir do embasamento teórico proposto, demonstra-se a guinada no direcionamento literário de A. de A. M. com a elaboração do romance. Constata-se, assim, que o papel feminino adquire um novo status dentro da obra do artista, ao mesmo tempo que compartilha pontos de contato com as fortes representações femininas que povoam os romances de 30.
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