O desassossego narrativo na infância da modernidade: uma leitura hipertextual de 'Infância Berlinense': 1900
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2017.27170Palavras-chave:
Walter Benjamin. Hipertexto. Narração moderna. Leitura. literateias.com.br.Resumo
Este trabalho tem como objeto Infância berlinense: 1900, de Walter Benjamin. O livro contém 42 quadros imagéticos, nos quais o filósofo busca retratar a burguesia alemã do início do século XX sob o ponto de vista da criança que fora. No entanto, o autor abandona o projeto autobiográfico tradicional e linear, pois entende que a memória não é coesa e que o passado é sempre articulado. Dessa forma, Benjamin constrói em Infância berlinense: 1900 uma narrativa constelacional, fragmentada e descontínua, que pode ser lida de forma hipertextual. Assim, este trabalhou busca desenvolver a narrativa do hipertexto neste livro, associando as suas diversas imagens. Para isso, construiu-se o site literateias.com.br, onde o livro foi disponibilizado com hiperlinks que unem os quadros uns aos outros. Desenvolveu-se também a ideia de que esta narrativa descontínua é marca do sujeito moderno, que é descentrado e fragmentado, e que tem seu nascimento ainda no século XIX. Concluiu-se, por fim, que o hipertexto ocorre também em textos impressos, e que é característica dos questiona- mentos trazidos pela modernidade, como o fim das grandes narrativas. A diferença é que os hipertextos atuais possuem um suporte ideal, a saber, a tela do computador, que potencializa os recursos e as associações que os constituem. Nesse sentido, a construção do site literateias.com.br evidenciou o caráter hipertextual de Infância berlinense: 1900 ao mesmo tempo em que trouxe um novo fôlego à obra benjaminiana, que pode ser reinterpretada à luz desse novo suporte.
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