Decolonizando o turismo a partir de experiências com a ayahuasca na Região Metropolitana do Recife - RMR (Pernambuco-Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.12957/irei.2024.85387Palavras-chave:
turismo, decolonialidade, ayahuascaResumo
Existe um movimento turístico que atrai pessoas de várias partes do Brasil e do mundo para a Região Metropolitana do Recife - RMR (Pernambuco) em busca de experiências com o chá da ayahuasca, um chá ancestral utilizado em rituais religiosos de cura por diversas etnias indígenas da Floresta Amazônica. O presente artigo visa entender as razões para esses deslocamentos e se é possível denominá-los como turismo, como etnoturismo, turismo religioso ou turismo místico. Foi utilizada uma metodologia qualitativa a partir de análises de entrevistas e relatos. Contato com a natureza, autoconhecimento, conexões com o divino, com algo espiritual e misterioso, curas no corpo e na alma, não separação entre o físico e o espiritual, acolhimento, e a segurança dos locais e o contato com os povos originários foram categorias mencionadas nos relatos das pessoas que consagraram a ayahuasca na RMR, o que indica a complexidade dessas experiências, além de colaborar para o entendimento da decolonização do turismo.
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