Urbanismos no Antropoceno: uma discussão crítica da modernização ecológica e da conformação de modos de vida urbano sob as contingências da sustentabilidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/irei.2024.81399

Palavras-chave:

urbanismos, modernização ecológica, Antropoceno

Resumo

O artigo ambiciona problematizar as relações entre o urbanismo (em sua dupla acepção) e o Antropoceno, traçando um panorama crítico da perspectiva da modernização ecológica. Trata-se de um conjunto de reflexões desenvolvidas a partir de revisão da literatura associada a uma discussão crítica, que entrelaça análises da realidade e produtos culturais. Caracteriza-se pelo perfil ensaístico. O texto termina por desdobrar as relações entre urbanismo, modernização ecológica e as contingências do Antropoceno em problemas que incidem sobre modos de vida, reconhecendo também a importância da economia simbólica das soluções e conceitos associados à sustentabilidade no contexto urbano. Conclui-se com o esboço da ideia de que os urbanismos e a sustentabilidade devem ser discutidos como cultura e não apenas pela dimensão das lentes da técnica e/ou tecnologia. Há pouca literatura disponível que trace uma discussão direta e crítica entre a perspectiva da modernização ecológica e as transformações urbanas, seja nos modos de vida, seja no urbanismo disciplinar, diante das contingências do Antropoceno, pelo que o texto apresenta especial relevância ao abrir uma brecha para esse debate.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Brasil Pereira, Universidade de Coimbra

Doutorando em Sociologia (Universidade de Coimbra), Mestre em Arquitetura e Urbanismo (UnB) e Bacharel em Sociologia (UnB). Assistente de Ensino na graduação e na pós-graduação em Sociologia da Universidade de Coimbra, Faculdade de Economia.

Referências

ACSELRAD, H.

(1999). Discursos da sustentabilidade urbana. REURB, Nº1, maio, pp. 79-90.

ACSELRAD, H.; MELLO, C. C.; BEZERRA, G.

(2009). O que é justiça ambiental? Rio de Janeiro: Editora Garamond.

ALOMAR, J. S. C.

(2017). O Direito à Cidade e a Nova Agenda Urbana: perspectivas para a inovação urbanística no contexto do fortalecimento do neoliberalismo. Caderno de Trabalhos do XVII ENANPUR-São Paulo (pp. 1-13). São Paulo: XVII ENANPUR.

ANDERSEN, M. S.; MASSA, I.

(2000). Ecological modernization - origins, dilemmas and future directions. Journal of Environmental Policy and Planning, vol.2, n.4, pp. 337-345.

ASCHER, François.

(2010). Os novos princípios do urbanismo. São Paulo: Romano Guerra.

BENEVOLO, L.

(2005). História da Cidade.4. ed.. São Paulo: Perspectiva.

BORJA, J.; CARRIÓN, F.

(2016). Manifiesto por un Habitat alternativo. Plataforma Urbana, Opinión. Disponível em: http://www.plataformaurbana.cl/archive/2016/10/18/manifiesto-por-un-habitat-alternativo/ . Acesso em: 04 fev. 2020.

BORREGO, C.; LOPES, M.; RIBEIRO, I.; CARVALHO, A.

(2009). As alterações climáticas: uma realidade transformada em desafio. Debater a Europa n.1, pp. 15-40.

BOYER, M. C.

(1996). The City of Collective Memory: Its Historical Imagery and Architectural Entertainments. Cambridge: MIT Press.

BRANCALEONE, C.

(2008). Comunidade, sociedade e sociabilidade: revisitando Ferdinand Tönnies. Revista de Ciências Sociais, vol.39, n.1, pp. 98-104.

BRENNER, N.

(2016). Espaços da urbanização: o urbano a partir da teoria crítica. Cidades, vol.15, n.3, pp. 9–25.

(2018). A hinterlândia, urbanizada? Metrópolis: Revista Eletrônica de Estudos Urbanos e Regionais, vol.25, n.7, pp. 6–11.

BUTTEL, F. H.

(2000). Ecological Modernization as social theory. Geoforum, 31, pp. 57-65.

CHAKRABARTY, D.

(2013). O Clima da História: quatro teses. Sopro, 91, pp. 2-22.

CHOAY, F.

(2011). O Urbanismo: utopias e realidades, uma antologia, 6. ed. São Paulo: Perspectiva.

CRUTZEN, P. J.; STOERMER, E. F.

(2000). The Anthropocene. Global Change Newsletter, vol. 41, 17-18.

DODMAN, D.

(2009). Blaming cities for climate change? An Analysis of urban greehouse gas emissions inventories. Environment and Urbanization, vol.21, n.1, pp. 185-201.

DOURADO, B. M.

(2015). Sobre o ensino da sustentabilidade ambiental nos cursos de arquitetura e urbanismo: avaliação e subsídios. Brasília: Tese de Doutorado em Arquitetura e Urbanismo (Universidade de Brasília).

ESTOK, S. C.; CHOU, S. S.

(2017). Foreword: The City and the Athropocene. Concentric: Literary and Cultural Studies, vol.43,n.1, 3-11.

FINCO, A.; NIJKAMP, P.

(2010). Pathways to urban sustainability. Journal of Environmental policy and Planning, vol.3, n.4, pp. 289-302.

FRAMPTON, K.

(1997). História crítica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes.

FURTADO, F.

(2019) De zonas de sacrifício à luta por justiça ambiental: a cidade é feita pra quem?, Revista de divulgação científica: Coletiva, Dôssie 24 – Direto à cidade, out.nov.dez.jan, pp. 1-9.

GOTTDIENER, M.; HUTCHISON, R.; RYAN, M. T.

(2015). The New Urban Sociology. 5. ed. Boulder, Colorado, EUA: Westview Press.

HEYNEN, H.

(1999). Architecture and modernity: a critique. Massachusetts: MIT Press.

HOBSBAWM, E. J.

(2011). A era das revoluções, 1789-1848 (25. ed.). São Paulo: Paz e Terra.

HODSON, M.; MARVIN, S.

(2014). After Sustainable Cities? New York: Routledge.

HOVARDAS, T.

(2016). Two paradoxes with one stone: A critical reading of ecological modernization. Ecological Economics, pp. 1-7.

LOPES, J. M.

(2009). Da democratização da Cultura a um conceito e prática alternativos de Democracia Cultural. Cadernos de Estudo-Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, pp. 2-13.

MOEHLECKE, J.

(2010). Uma contribuição para o desenvolvimento de assentamentos humanos mais sustentáveis: identificação de padrões urbanos relacionados aos princípios de sustentabilidade. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado em Engenharia (Univ. Fed. do Rio Grande do Sul).

OLIVIERI, A. G.

(2012). A Teoria da Modernização Ecológica e a mudança climática. Revista Processus de Estudos de Gestão, Jurídicos e Financeiros, vol.3, n.7, pp. 33-54.

SECCHI, B.

(2012). Primeira lição de urbanismo. São Paulo: Perspectiva.

SERPA, A.

(2013). O espaço público na cidade contemporânea. 2. ed. São Paulo: Contexto.

TONKISS, F.

(2013). Cities by design: the social life of urban form. Cambridge: Polity Press.

TÖNNIES, F.

(2001 [1887]). Community and Society. Cambridge: Cambridge University Press.

UN HABITAT.

(2019). UN Habitat - For a Better Urban Future. Obtido de Site da UN Habitat – Resilience. Disponível em: https://unhabitat.org/resilience/ . Acesso em: 12 fev. 2021.

(2016). Nova Agenda Urbana. Quito: United Nations.

UNITED NATIONS.

(2019). Sustainable Development Goals. Obtido de “Goal 11: Make cities inclusive, safe, resilient and sustainable”. Disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/cities/ . Acesso em: 08 jan. 2020.

WANG, W.

(2003). Sustainability is a cultural problem. Harvard Design Magazine, 18, pp. 1-3.

Downloads

Publicado

2025-01-30

Como Citar

BRASIL PEREIRA, Lucas. Urbanismos no Antropoceno: uma discussão crítica da modernização ecológica e da conformação de modos de vida urbano sob as contingências da sustentabilidade. Interseções: Revista de Estudos Interdisciplinares, Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, 2025. DOI: 10.12957/irei.2024.81399. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/intersecoes/article/view/81399. Acesso em: 21 maio. 2025.