A cidade como experimento: a arte de João Timotheo da Costa no Rio de Janeiro da Primeira República (1890-1930)
DOI:
https://doi.org/10.12957/irei.2024.80246Palavras-chave:
João Timotheo da Costa, pós-abolição, artistas negrosResumo
Interpretar a experiência urbana para além da materialidade de sua constituição amplia os enfoques sobre os elementos que dão vida às cidades. Temáticas voltadas às trajetórias sociais são possibilidades analíticas para compreender as maneiras pelas quais os sujeitos históricos elaboram suas práticas sociais e injetam significados ao cotidiano. No interior desse recorte, um problema de pesquisa que emerge é a indagação sobre a cor dessas cidades, em especial na sociedade brasileira. Com a intenção de contribuir com essa reflexão, o objetivo deste artigo é analisar a produção visual do pintor negro João Timotheo da Costa (1879-1932), tomando como fio condutor a sua experimentação artística na cidade do Rio de Janeiro entre 1890-1930. Para isso, o procedimento metodológico utilizado se detém na análise de três obras de João: Reflexos do sol em morro do Rio de Janeiro, de 1909; Paisagem, de 1910; e uma tela sem título, produzida em 1927. Personagem pouco visitada pelas pesquisas acadêmicas, a sua trajetória apresenta uma série de aspectos para repensar a modernidade brasileira por meio das agências e visualidades negras no pós-abolição.
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