Capoeira angola em corpos estrangeiros: reestruturação de conhecimentos e de relações através da performance ritual
DOI:
https://doi.org/10.12957/irei.2021.64919Palavras-chave:
Capoeira angola, Performance, Ritual, Corpo, Interculturalidade.Resumo
Para a tese de doutorado realizei um estudo etnográfico interpretativo e reflexivo, baseado em minha experiência de aprendizado da capoeira angola no Grupo de Capoeira Angola Pelourinho - Gcap, situado em Salvador Bahia, e nas relações que teci com o grupo. Nessa pesquisa, sugeri que a capoeira angola, para esse grupo, é um complexo ambiente de comunicação e criação ritual. Sua performance é fundamentada em um repertório aberto de poesias cantadas e desenhadas com o corpo. Um jogo corporal, musical e de relações entre os capoeiristas do grupo. Uma poética em resistência que difunde práticas baseadas em uma tradição ou ancestralidade afro-descendente, com uma forte conotação política no Brasil. A partir dessas premissas, nesse artigo, proponho uma reflexão sobre como alguns de nós italianos estamos reinterpretando a capoeira em um contexto externo aos processos de luta e resistência dos descendentes dos africanos no Brasil. Para isso, além de minha pesquisa de campo autoetnográfica, me valho-me de entrevistas e discussões travadas com outros capoeiristas italianos, provenientes de diversas cidades, do norte ao sul da Itália, que praticam capoeira há mais de 15 anos e que participam de grupos de capoeira angola ligados à linhagem de mestre Pastinha. Chegando na Itália por caminhos independentes, a capoeira angola se tornou uma prática que diz promover a libertação. Uma forma de transmissão de meios alternativos de se relacionar, criar, se organizar.
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