Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado
DOI:
https://doi.org/10.12957/irei.2019.44220Palavras-chave:
Cesáreas. Dor. Sofrimento. Itinerários terapêuticos.Resumo
Este artigo se dispõe a refletir sobre as práticas e as percepções de mulheres urbanas de camadas médias de diferentes países que buscaram um parto domiciliar, mas viveram o seu avesso: uma cesárea indesejada. Nesse universo, a ideia de dor e de sofrimento (DAS, 2008; FASSIN, 2013; LE BRETON, 2003) parecem dar contornos às suas narrativas e as mobilizam a compor e participar de grupos como o homebirth cesarean mamas, nos Estados Unidos, e em talleres vivenciales para mujeres con cesárea do Aflora Mujer, no Chile, numa espécie de itinerário terapêutico para o que chamam de suas feridas físicas e emocionais. No Brasil, relatos semelhantes já circulam nas redes sociais e em grupos presenciais que envolvem o parto e o nascimento, ainda de que maneira mais tímida e pouco organizada. Dado esse cenário, a ideia é refletir sobre os significados de corpo, controle/descontrole, pertencimento grupal, prática profissional e, por fim, sofrimento social e narrativas femininas, partindo desse universo, perguntando pela experiência que “não deu certo”, a partir de “uma lógica reversa” (WAGNER, 2010). Consideram-se, para tanto, notícias, notas e posts coletados em grupos de redes sociais e blogs dedicados ao tema do parto natural no mundo virtual, bem como registros empíricos de uma etnografia sobre experiências de parto empreendidas em São Paulo durante os anos de 2007-2011 (CARNEIRO, 2015).
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