“O mercado é nosso amigo, nós é que não sabemos compreendê-lo”: o trading financeiro entre o otimismo quantitativo e a descrença
DOI:
https://doi.org/10.12957/irei.2017.30403Resumo
Este artigo toma por objeto os índices financeiros, entendidos como expressões quantificadasdo sentimento dos investidores e, ao mesmo tempo, como face visível do mercado. Aconstituição desses indicadores técnicos como objeto etnográfico permite alargar o âmbitoda antropologia das emoções, abarcando dimensões da vida coletiva que vão muito para alémda esfera das relações interpessoais e das micropolíticas, aceitando ao mesmo tempo que osnúmeros e gráficos podem efetivamente integrar o repertório discursivo da vida emocional.Num primeiro momento, é feita uma apresentação do modo como os mercados financeirosglobais são vistos a partir de uma sala de mercados de um banco, passando em seguida auma descrição etnográfica da atividade situada de um trader (corretor) dias antes do crashde setembro de 2008. O artigo prossegue descrevendo o modo como os índices financeirospassaram a ser encarados após o colapso de 2008 e o escândalo da manipulação da taxa Libor(2012), concluindo com uma reflexão sobre as valências de uma etnografia dos indicadorestécnicos para a antropologia das emoções.
Palavras-chave: Indicadores financeiros. Bancos. Etnografia.
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