O Humanitário no Centro das Emoções: uma leitura crítica
DOI:
https://doi.org/10.12957/irei.2017.30395Resumo
As organizações humanitárias médicas, cujos principais representantes são os Médicos SemFronteiras e Médicos do Mundo, possuem muita visibilidade mundial graças à midiatizaçãode suas ações. Um dos fatores de impacto das reportagens, sobretudo televisivas, é queelas fornecem a transmissão em tempo real de desastres e guerras, descontextualizadosde suas causas, transformando-os em espetáculos globais com forte apelo emocional. Asrepresentações difundidas pela mídia buscam mobilizar emoções com o fim de sensibilizar opúblico e engajá-los em sua causa. Constrói-se uma informação superficial com mensagenspadrões reforçando as representações do público em relação à população-alvo como vítimasimpotentes e aos médicos humanitários como heróis. O objetivo deste artigo é refletir à luz deuma literatura da antropologia das emoções os aspectos que envolvem essas representações.Conclui-se que é necessário pensar em como não ser indiferente diante das tragédiashumanitárias, mas também não reificar o outro em sua essência de vulnerabilidade ou em umamáquina de intervenção. Só assim será possível superar a ideia do Humanitário reduzido àsemoções que ele suscita circunscritas a um aspecto puramente de piedade dos ocidentais emrelação aos povos oprimidos.
Palavras-chave: Humanitário. Mídia. Emoções.
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