Ariel na América: viagens de uma ideia
DOI:
https://doi.org/10.12957/irei.2016.26574Resumo
O artigo examina como, no fim do século XIX, personagens de A Tempestade se tornam símbolos para se pensar a América Latina. Mais especificamente, parte do desembarque, via França, de Ariel, Caliban e Próspero na região. Destaca como o poeta nicaraguense Rubén Darío e o crítico francês Paul Groussac utilizam, por volta da mesma época, Caliban e Ariel como verdadeiras alegorias para marcarem a diferença daquela parte do mundo que passa a ser conhecida como América Latina em relação aos EUA, identificando latinos com um espiritualismo desinteressado que contrastaria com o utilitarismo materialista de anglo-saxões. Indica como, pouco depois, o escritor uruguaio José Enrique Rodó leva adiante a representação, sugerindo que uma elite do espírito, identificada com o personagem Próspero, deveria abrir caminho para a conciliação entre as tendências identificadas com Caliban e Ariel. Aponta, a seguir, como tal mensagem se espalha especialmente entre a juventude da região, criando o que ficou conhecido como arielismo. Por fim, procura averiguar até que ponto vai a ideia de América Latina então elaborada, verificando como o Brasil é pensado nela. O argumento central, a partir dessa reconstituição, é que o que pode ser entendido como um “momento Ariel” foi decisivo no estabelecimento de uma identidade latino-americana.
Palavras-chave: Identidade. América Latina. EUA. Ariel.
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