A glorificação da morte como modo de vida

Autores

  • Renan Springer de Freitas Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas / UFMG

DOI:

https://doi.org/10.12957/irei.2016.26573

Resumo

Esse artigo discute as bases intelectuais da glorificação do autossacrifício tal como aparece nas técnicas kamikaze e, mais recentemente, nas ondas de atentados suicidas ocorridos no Líbano na década de 1980. Em ambos os casos, o anseio pela destruição está baseado em uma rejeição radical da ideia caracteristicamente moderna de que todas as vidas humanas se equivalem em matéria de dignidade, independentemente das aspirações e realizações individuais. Essa rejeição, cuja origem remonta ao pensamento filosófico alemão do séc. XIX, ganhou porta-vozes respeitáveis no período entre guerras, os quais buscavam restaurar o elevado padrão de moralidade que, segundo acreditavam, o projeto civilizatório moderno havia aviltado ao valorizar a mediocridade da vida burguesa, isto é, ao conferir dignidade a um modo de vida que se resume à preocupação com os comezinhos afazeres cotidianos, relegando a um plano secundário o compromisso com “ideais mais nobres” e com as “raízes” nacionais e culturais de um “povo”.

Palavras-chave: Niilismo alemão. Cesurismo. Distopia.

Biografia do Autor

Renan Springer de Freitas, Professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas / UFMG

Professor Adjunto de Sociologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Publicado

2016-12-05

Como Citar

Freitas, R. S. de. (2016). A glorificação da morte como modo de vida. Interseções: Revista De Estudos Interdisciplinares, 18(2). https://doi.org/10.12957/irei.2016.26573