A família Steiger: digressões ou reminiscências escravistas no pós-abolição? (Bahia, 1860-1890)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64765

Palavras-chave:

Steiger, Bahia, Mentalidade, Abolição

Resumo

O objetivo deste artigo é abordar reflexões da família Steiger de Ilhéus sobre a escravaria da fazenda Victoria, antes, durante e depois da Abolição. Para isto, utilizaremos como corpus documental o livro Mato Virgem, a biografia sobre Ferdinand Steiger e a nota auxiliar sobre a plantation Victoria. Nossa balizas temporais percorreram as décadas de 1860 a 1890, através de uma microanálise das ideias de Ferdinand Steiger e outros membros dessa família sobre a escravidão, os escravos e libertos dentro desse contexto.

Biografia do Autor

Victor Santos Santos Gonçalves, Discente do Programa de Pós-graduação em Historia da UFRRJ. Orientando da Profa. Dra. Fabiane Popinigis.

Doutorando no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Mestre pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Graduou-se pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Atua especialmente nos seguintes temas: Escravidão no século XIX, família escrava e abolição.

Referências

ALBUQUERQUE, Wlamyra. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

BRITO, Jailton Lima. A abolição na Bahia: 1870-1888. 1ª ed., Salvador: CEB, 2003.

CARVALHO, Marcus J. M; GOMES, Flávio dos Santos; REIS, João José. de. O alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade. 2ª ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

CASTILHO, Celso Thomas. “Já é lei no Brasil nascer-se livre!”: politização da lei de 1871em Pernambuco. In: GOMES, Flávio; DOMINGUES, Petrônio. Políticas da raça: experiências e legados da abolição e da pós-emancipação no Brasil. 1ª ed., São Paulo: Selo Negro Edições, 2014, p.17-34.

CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

CHALHOUB, Sidney. Precariedade estrutural: o problema da liberdade no Brasil escravista (século XIX). História Social. Campinas-SP: n.19, 2010, p.33-62.

______. Costumes senhoriais: escravização ilegal e precarização da liberdade no Brasil Império. In: AZEVEDO, Elciene... (et. al.). Trabalhadores na cidade: cotidiano e cultura no Rio de Janeiro e em São Paulo, século XIX e XX. 1ª ed., Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009, p.23-62.

______. Machado de Assis, Historiador. 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias da Corte imperial. 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

______. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. 6ª reimp., São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

CRUZ, Ronaldo Lima da. Da escravidão para o trabalho livre: abolição do cativeiro e o destino dos libertos no sul da Bahia. In: CARVALHO, Philipe Murillo Santana de; Sousa, Erahsto Felício de. Entre o fruto e o ouro: escritos de história social do sul da Bahia. 1ª ed., Ilhéus: Mondrongo, 2014, p.25-56.

FRAGA, Walter. O cotidiano movediço do pós-abolição: ex-escravizados na cidade de Salvador, 1889-1890. In: GOMES, Flávio; DOMINGUES, Petrônio. Políticas da raça: experiências e legados da abolição e da pós-emancipação no Brasil. 1ª ed., São Paulo: Selo Negro Edições, 2014, p.155-172.

______. Encruzilhadas da liberdade: histórias de escravos e libertos na Bahia (1870-1910). 2ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

FREITAS, Antônio Guerreiro de; PARAÍSO, Maria Hilda Baqueiro. Caminhos ao encontro do mundo: a capitania, os frutos de ouro e a princesa do sul – Ilhéus, 1564-1940. 1ª ed., Ilhéus: Editus, 2001.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 48ª ed. São Paulo: Global, 2003.

GINZBURG, Carlo. Micro-história: duas ou três coisas que sei a respeito. In: GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Tradução Rosa Freire d’Aguiar e Eduardo Brandão. 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2007, 249-279.

______. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pelo Inquisição. Tradução Maria Betânia Amoroso. Tradução dos poemas José Paulo Paes. 6ª reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

GOMES, Flávio. “No meio das águas turvas”: raça, cidadania e mobilização política na cidade do Rio de Janeiro (1888-1889). In: DOMINGUES, Petrônio; GOMES, Flávio (orgs.). Experiências da emancipação: biografias, instituições e movimentos sociais no pós-abolição (1890-1980). 1ª ed., São Paulo: Selo Negro, 2011, p.15-43.

GRINBERG, Keila; MAMIGONIAN, Beatriz Galloti. O crime de redução de pessoa livre à escravidão no Brasil oitocentista. Mundos do Trabalho, v.13, Florianópolis, 2021. p.1-21.

HABSBURG, Maximilian von. Mato virgem. 1ª ed, Ilhéus-BA: Editus, 2010.

KOUTSOUKOS, Sandra Sofia Machado. Zoológicos humanos: gente em exibição na era do imperialismo. 1ª ed., Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2020.

LIMA, Henrique Espada. Sob o domínio da precariedade: escravidão e os significados da liberdade de trabalho no século XIX. TOPOI. Rio de Janeiro: v.6, n.11, p.289-326, 2005.

MAHONY, Mary Ann. Instrumentos necessários: escravidão e posse de escravos no sul da Bahia no século XIX, 1822-1889. Afro-Ásia. Salvador: n. 25-26, p.95-139, 2001.

MAMIGONIAN. Beatriz G. Africanos livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

MATTOS, Ilmar Rohloff de. O tempo Saquarema. 1ª ed., São Paulo: HUCITEC; Brasília, DF: INL, 1987.

MENDONÇA, Joseli Nunes. Cenas da abolição: escravos e senhores no Parlamento e na Justiça. 1ª ed., São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001.

PIRES, Maria de Fátima Novaes Pires. Fios da vida: tráfico interprovincial e alforrias nos Sertoins de Sima – BA (1860-1920). 1ª ed., São Paulo: Annablume, 2009.

POPINIGIS, Fabiane; TERRA, Paulo Cruz. Classe, raça e a história social do trabalho no Brasil (2001-2016). ESTUDOS HISTÓRICOS, Rio de Janeiro, vol.32, n.66, jan./abr., 2019, p.311-321.

______. Todas as liberdades são irmãs: os caxeiros e as lutas dos trabalhadores por direitos entre o Império e a República. ESTUDOS HISTÓRICOS, Rio de Janeiro, v. 29, n.59, set./dez., 2016, p.647-666.

RODRIGUES, Carlos Roberto. Banco da Vitória: A história esquecida das margens vitoriosas do Rio Cachoeira. 2ª ed. Itabuna-Ba: Mondrongo, 2017.

RODRIGUES, Jaime. O infame comércio: propostas e experiências no final do tráfico de africanos para o Brasil (1800-1850). 1ª reimp., Campinas-SP: Editora da UNICAMP, CECULT, 2000.

SANTANTA, Clíssio Santos. Uma linha estreita: cor, escravidão e liberdade no Recôncavo Baiano das últimas décadas do século XIX. In: PIRES, Maria de Fátima Novaes; SANTANA, Napoliana Pereira; SANTOS, Paulo Henrique Duque (orgs.). Bahia: escravidão, pós-abolição e comunidades quilombolas: estudos interdisciplinares. 1ª ed., Salvador: EDUFBA, 2018, p.69-85.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Os espetáculos das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. 1ª ed., São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

WILLIANS, Daryle. Remindo Cã mais uma vez: Modesto Broco, redenção de Cã e o fim da escravidão no Brasil. In: GOMES, Flávio; DOMINGUES, Petrônio. Políticas da raça: experiências e legados da abolição e da pós-emancipação no Brasil. 1ª ed., São Paulo: Selo Negro Edições, 2014, p.173-194.

Downloads

Publicado

2022-06-05

Edição

Seção

EXPIRADO - (24) DOSSIÊ - Escravidão e liberdade no Brasil Independente