“SE ELES FAZEM MIL, TEMOS DE FAZER MIL E UM” - E ELA FEZ! TRAJETÓRIA ACADÊMICA DE UMA DOUTORA NEGRA NOS ANOS 1970

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2021.54964

Palavras-chave:

Trajetória de vida acadêmica, interseccionalidade, racismo.

Resumo

 

Este texto é um desafio a uma “viagem” a história de uma das mulheres da minha família. Cresci numa família grande. Minha mãe teve dez filhos, sendo sete mulheres. Minha avó teve 13 filhos, sendo 9 mulheres e cinco homens. Numa família de forte presença feminina, está entre elas a figura da Tia Calu. Olhar para história de vida da tia Calu e escrevê-la é compartilhar um pouco do que uma família negra, pobre de uma metrópole como Rio de Janeiro pode experenciar em sua trajetória acadêmica. Falar de racismo nessa trajetória é redundância para mulheres pretas. Escrever me fez olhar para dentro de nossa família e pensar a história e trajetória acadêmica da mulher negra no Brasil no século 20/21. Ao final do texto falo da minha experiência em 2020 ao participar como avaliadora em uma banca de Mestrado e puxo o fio da conversa para pensarmos por que ainda precisamos de tanta luta antirracista?  

 

Biografia do Autor

Jonê Carla Baião, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Letras Português e Literatura - Faculdade de Humanidades Pedro II (1989), mestrado em Lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: discurso, identidade de gênero, letramento, alfabetização e currículo. Desenvolve pesquisa nas áreas de discurso, interação face-a-face, identidades de gênero, currículo

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Publicado

2021-04-30