100 ano de Elisete Cardoso: de crooner à divina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2021.54887

Palavras-chave:

música popular brasileira, Elisete Cardoso, centenário

Resumo

O objetivo do presente artigo é celebrar, comemorar o centenário de nascimento de Elisete Cardoso que se estivesse viva completaria 100 anos em 16 de julho de 2020. A Divina, como foi denominada pelo jornalista Haroldo Barbosa, fez escola e história na música popular brasileira. Assim, o que se pretende é destacar cinco gravações importantes em sua carreira, costurada de maneira aparentemente informal com a narrativa da minha história, que também sou cantora, sua importância na minha trajetória que culmina na audiência do show em sua homenagem, em março de 2020, no SESC Pinheiros. Neste sentido, além de sua história de vida, do binômio gênero e raça, me inspiro na escrevivência de Conceição Evaristo cuja experiência na sociedade brasileira é atravessada pela condição de ser mulher e negra.

Biografia do Autor

Marilda de Santana Silva, Universidade Federal da Bahia

Marilda Santanna é profa. pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a mulher-NEIM-UFBA e profa. Colaboradora do programa Multidisciplinar de pós graduação em Cultura e Sociedade. Cantora, com três álbuns gravados e atriz. Pós-doutora pela Universidade de Lisboa (2013-2014 com bolsa CAPES. Possui Doutorado em Ciências Sociais, Mestrado em Artes Cênicas e graduação em História pela Universidade Federal da Bahia. Lançou em 2009 pela EDUFBA o livro “As Donas do Canto”, fruto de sua tese de doutorado. Organizou mais dois livros pela EDUFBA. Caymmi 100 Panoramas diversos (2014) e As bambas do samba; mulher e poder na roda (2017-2020). Pesquisou sobre a figura da baiana na canção brasileira que resultou em quatro programas veiculados na rádio educadora e um CD solo de nome "Qual é, baiana?" lançado em maio de 2012. pesquisa “A genealogia da intérprete negra na canção brasileira” no grupo “Canto de cada canto”. Na área de gestão Cultural é Criadora, gestora e curadora do Projeto Troféu Caymmi de 1985 - 20107, Projeto que estimula, revela novos talentos e movimenta a cadeia produtiva da música. Foi curadora do Festival de humor e performance” e faz parte do conselho editorial da revista Multidisciplinar da UNIT. Coordenadora do Bacharelado Interdisciplinar em Artes (2016-2017). Como pesquisadora atua principalmente nos seguintes temas-áreas: música, Cultura e Identidade, Cultura e arte, feminismo negro, Arte-Educação, dentre outros. Atualmente se encontra em estágio final Pós doutoral no Instituto de Artes da UNICAMP sob a supervisão do prof. Dr. Roberto Zan e pesquisa a genealogia da intérprete negra na música popular brasileira.

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Publicado

2021-04-30