“DENTRO DO RESPEITO E DO AMOR, QUEM TOMA A FRENTE SOU EU”: O PROTAGONISMO FEMINIMO NO SAMBA DE RODA DO RECÔNCAVO BAIANO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2020.54853

Palavras-chave:

samba de roda, trajetórias, protagonismo feminino, Recôncavo Baiano – BA

Resumo

Este artigo tem o propósito de ressaltar o protagonismo das mulheres no samba de roda do Recôncavo Baiano, destacando a história de vida de cinco delas: Dona Dalva (Cachoeira); Dona Cadu (Maragogipe); Dona Jelita, Dona Ana do Rosário e Dona Rita da Barquinha (Saubara). O trabalho, que teve como alicerce teórico-epistemológico os estudos do ritual e da performance envolveu longas entrevistas e vivência etnográfica com elas. A pesquisa sinaliza que suas histórias, mergulhadas em enfrentamentos, coragem e superação, encontraram voz e ressonância na atuação com o samba de roda em suas localidades e em redes de trocas estabelecidas e intercruzadas no tempo e no espaço, a partir de fortes desejos de continuidade de uma tradição dos seus antepassados

Biografia do Autor

CLECIA AQUINO QUEIROZ, Universidade Federal de Sergipe

Licenciada em Dança pela UFBA, Mestre em Artes pela Howard University (EUA) e Doutora em Difusão do Conhecimento (UFBA. Profa. do Departamento de Dança da Universidade Federal de Sergipe, líder do Grupo de Pesquisa Encruzilhada: Corpo, Movimento, Poesis e Ancestralidade. Dedica-se ao estudo das danças e manifestações culturais de matriz africana no Brasil.

Vítor Aquino Queiroz, Doutor em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, São Paulo, Brasil

Vitor Queiroz é graduado em História, Mestre em História Social da Cultura e Doutor em Antropologia Social pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/ Unicamp). Dedica-se ao estudo dos cultos afro-brasileiros; da arte, com destaque para a música popular; do patrimônio e território e das questões étnico-raciais no Brasil por meio do cruzamento interdisciplinar entre a História Social da Cultura, a Antropologia Social e a Etnomusicologia

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Publicado

2020-12-17