RAMIRO LADEIRO MONTEIRO E OS MUSSEQUES DE LUANDA: A ANTROPOLOGIA A SERVIÇO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

Autores

  • Rogerio da Silva Guimarães Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2019.47428

Palavras-chave:

Ramiro Ladeiro Monteiro – musseques – antropologia colonial – representação social.

Resumo

 O artigo tem por objetivo analisar as representações sociais sobre os musseques erigidas na obra A Família nos musseques de Luanda: Subsídios para o seu Estudo, de Ramiro Ladeiro Monteiro. Para cumprir tal desiderato, evidenciamos a relação entre o discurso proferido pelo autor na obra e sua ocupação no governo colonialista. Ou seja, como os musseques têm suas representações forjadas por um agente colonial, que se debruçou antropologicamente sobre aquelas localidades para dar-lhes uma cientificidade ainda inexistente nas ciências humanas. Ressaltamos que as representações sociais sobre os musseques produziram estratégias e práticas (sociais e políticas) que visavam, neste caso, legitimar um projeto reformador.

 

Biografia do Autor

Rogerio da Silva Guimarães, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestre em História Comparada pelo PPGHC/UFRJ. Doutorando em História do PPGH/UERJ. Bolsista CAPES.

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Publicado

2019-12-18

Edição

Seção

Artigos livres