MBYÁ GUARANI EM BUSCA DO YVY MARÃE‟Y: MÚLTIPLOS LUGARES E TEMPOS, DIFERENTES CONTEXTOS E ESPAÇOS, TRILHANDO SONHOS E ESPERANÇAS[1]
DOI:
https://doi.org/10.12957/transversos.2019.47420Palavras-chave:
Guarani, Cosmologia, Busca da terra sem mal.Resumo
Torna-se axiomático que não há uma linearidade no que tange a interiorização, a dispersão e a caminhada Guarani a posteriori ao processo de colonização, onde ocorreram somente sob o signo de “relutância” a essa ou por outras indagações, como dissensos internos ou motivação cosmológica, assim como se o Oguatá (caminhar/andar/percorrer) trancorriam antes da chegada dos colonizadores e se aconteciam, quais seriam as razões/causas/motivos? Para possíveis respostas vem a luz a contribuição de Pompa (2004), que através da contextualização e historicização dos trabalhos clássicos da etnologia Tupi-Guarani do início do século XX, critica a resposta elaborada por Métraux (1967) que apresentou os Tupinambá ou Tupi do período colonial- os Guarani do Paraguai e do Sul do Brasil, como possuidores de um único sistema, no qual a narrativa da terra sem mal e o messianismo são considerados como elementos irredutíveis. Assim, a crítica refere-se à utilização que o autor faz de dados de etnografias do começo do século XX, especialmente de Curt Nimuendaju, ([1914]-1987), para preencher hiatos nas fontes históricas dos séculos XVI e XVII, nos relatos de missionários, aventureiros e viajantes- portanto, pressupõe a existência desse sistema, a considerar que insiste na importância da força religiosa pela busca dessa tão sonhada terra, aponta como sendo o fato motivador das migrações realizadas pelos Tupi-Guarani durante esse primeiro período de contato. É nesse sentido que o presente artigo segue, levanta uma série de questões geográficas, históricas e antropológicas acerca dos Guarani Mbyá da Amazônia Meridional paraense, sobretudo, mas também perpassam pelos Guarani de Mato Grosso do Sul e os Guarani praieiros de São Paulo.
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