DIDÁTICA DA HISTÓRIA E CURRÍCULOS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA: RELACIONANDO PASSADO, PRESENTE E FUTURO NA DISCUSSÃO SOBRE O EUROCENTRISMO

Autores

  • Jean Carlos Moreno Universidade Estadual do Norte do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2019.44739

Palavras-chave:

Currículo, BNCC, Didática da História, Jörn Rüsen

Resumo

Partindo do mal-estar produzido pela discussão da primeira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), propomos analisar as possibilidades e limites da apropriação da Didática da História ruseniana como uma das bases para pensar os currículos de História contemporâneos no Brasil e na América Latina como um todo. As potencialidades são construídas a partir do caráter conceitual do pensamento histórico, destacando as noções de sentido e orientação em sua relação com a subjetividade humana, no atendimento às exigências externas da vida prática e internas da autocompreensão identitária. As limitações estariam ligadas à própria leitura do passado e do presente latino-americano que, pela dificuldade em superar sua história recente de colonização, impõe desafios extremos de orientação em relação à construção da moderna noção de autonomia individual e coletiva.

Biografia do Autor

Jean Carlos Moreno, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Doutor em História (UNESP). Professor Adjunto do Colegiado de HIstória da UENP.

Referências

ABREU, M (2016). Por onde anda a BNCC? Conversa de historiadoras. 25 jul. 2016. Acessado em: 07 de julho de 2018. Disponível em: https://conversadehistoriadoras.com/2016/07/25/por-onde-anda-a-bncc/.

ANPUH (2016). Manifesto Público do Seminário Estadual Realizado pela ANPUH/PR Sobre a BNCC. Acessado em 30/06/2018. Disponível em https://anpuh.org.br/index.php/bncc-historia/item/3327-manifesto-publico-do-seminario-estadual-realizado-pela-anpuh-pr-sobre-a-bncc.

BAROM, W. C. C.; CERRI, L. F (2012). A Teoria da História de Jörn Rüsen entre a Modernidade e a Pós-modernidade: uma contribuição à didática da história. Educ. Real., Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 991-1008.

BALLESTRIN, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, nº11. Brasília, maio - agosto, pp. 89-117.

CARVALHO, M. H. M.; PRATES; T. H. O. (2016). Para além das fronteiras: histórias transnacionais, conectadas, cruzadas e comparadas. Temporalidades, Belo Horizonte, Vol. 8, n.2. (mai./ago.).

CERRI, L. F. (2016). Consciência histórica sul-americana e consciência histórica europeia. MOMENTUM, v. 1, p. 31-49.

_____ (2011). Ensino de História e Consciência Histórica: implicações didáticas de uma discussão contemporânea. Rio de Janeiro: FGV. 138p.

CHESNEAUX, J. Devemos fazer tábula rasa do passado? – Sobre história e historiadores. São Paulo: Ática, 1995.

CHEVALLARD, Y (1997). La transposición didáctica. Del Saber Sabio al Saber Enseñado. Buenos Aires: AIQUE.

COSTA, A. L (2008). Apologia do ensino de História: a didática da História em Jörn Rüsen (2008). In: XIII Encontro Estadual da ANPUH História e Historiografia: Entre o Nacional e o Regional, Guarabira. Anais do XIII Encontro Estadual da ANPUH: Entre o Nacional e o Regional. Disponível em http://www.anpuhpb.org/anais_xiii_eeph/textos/ST%2003%20-%20Aryana%20Lima%20Costa%20TC.PDF

HUNTINGTON, S. (1997). O Choque das Civilizações e a Recomposição da Nova Ordem Mundial. Rio de janeiro: Objetiva.

LOWANDE, W. F. F. (2018). A História Transnacional e a Superação da Metanarrativa da Modernização. Revista de Teoria da História Universidade Federal de Goiás, v. 20, p. 219-245, p. 219-245.

MATTOS, H (2015). Sobre a BNCC e os historiadores. Conversa de historiadoras. https://conversadehistoriadoras.com/2015/12/01/sobre-a-bncc-e-os-historiadores/. Acessado em: 27 set. 2016.

MENEZES NETO, Geraldo Magella de (2017). As discussões sobre a Base Nacional Comum Curricular de História: entre polêmicas e exclusões (2015-2016). Revista Crítica Histórica. UFAL: Vol. VIII, nº 15.

MIGNOLO, W. D. (2005). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires. Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales.

MORENO, J. C. (2014). Revisitando o conceito de identidade nacional. In: Cristina Carneiro Rodrigues; Tania Regina de Luca; Valéria Guimarães. (Org.). Identidades brasileiras: composições e recomposições. 1ed.São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014, v. 01, p. 07-29.

_____ (2015). Um mapa para além das fronteiras: aprender e ensinar história nos anos finais da escolarização básica. Revista História Hoje, v. 4, p. 337-341, 2015.

______. (2016). A Base Nacional Comum Curricular: o meio e a mensagem no texto preliminar de História. Revista Coletiva, v. 1, p. 23-28, 2016.

_____. J. C. (2016). Por Textos e Contextos: Identidade e Aprendizagem Histórica. In: MOLINA, A. H.; FERREIRA, C. A. L. (Org.). Entre textos e contextos: caminhos do ensino de História. 1ed.Curitiba: CRV, v. 01, p. 449-470.

_____ (2016). QUEM SOMOS NÓS? Apropriações e Representações Sobre a(s) Identidade(s) Brasileira(s) em Livros Didáticos de História (1971-2011. 1. ed. Jundiaí: Paco Editorial, 2014. v. 01. 424p.

_____ (2016). História na Base Nacional Comum Curricular: déjà vu e novos dilemas no século XXI. História & Ensino, v. 22, p. 07, 2016.

_____ (2017) Modernidade, Globalização, Identidades e Ensino de História. Florianópolis. Anais do III Seminário Internacional História do Tempo Presente. UDESC, v. 1. p. 1-15.

_____ Humanismo, Globalização e Decolonialismo: bases para um currículo escolar de História brasileiro. (2019). In: MAIA, J. S.; CARRERI, M . L; MARTINS, R. A. F.; BRITO, L. (Org.). Estudos Interdisciplinares em Humanidades: Sociedade, Cultura e Educação. 1ed. Campinas, SP: Pontes Editores, v. 1, p. 135-152.

_____; BARNABÉ, L. E. (2016). Representações e concepções da antiguidade em livros didáticos: um estudo comparativo entre o sistema de ensino colombiano e brasileiro. In: Anais do XII Congreso Iberoamericano de Historia de la Educación Latinoamericana. Medellín: Univesidad de Antioquia, v. 1. p. 655-668.

PINTO JR, A.; BUENO, J. B. G.; GUIMARÃES, M. de F (2016). A BNCC em pauta: quando vamos estudar nossa História? MOLINA, A. H.; FERREIRA, Carlos A. L (Orgs.). Entre textos e contextos: caminhos do Ensino de História. Curitiba: Editora CRV.

RÜSEN, J (1997). A História Entre a Modernidade e a Pós-modernidade. História: questões e debates, Curitiba, v. 14, n. 26/27, p. 80-101.

_____ (2011). Aprendizagem histórica: fundamentos e paradigmas. Curitiba: W.A. Editores.

_____ (2009). Como dar sentido ao passado. Questões relevantes de meta-história. História da Historiografia, no. 2. p. 163-209.

_____ (2014). Cultura faz sentido – orientações entre o ontem e o amanhã. Petrópolis: Editora Vozes.

_____ (2006). Didática da história: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. In: Práxis Educativa (Ponta Grossa, PR), Vol. 1, N. 2, p. 07-16.

_____ (2015). História Prática – Aprender, Compreender, Humanidade. In: Teoria da História: uma Teoria da História como Ciência. Curitiba: Editora UFPR.

_____ (2007). História Viva: teoria da história: formas e funções do conhecimento histórico. Brasília: UnB.

_____ (2006). Historiografia Comparativa Intercultural. In: MALERBA, J (org.). A História Escrita: Teoria e História da Historiografia. São Paulo: Contexto.

_____ (2015). Humanismo e Didática da História. Curitiba: W. A. Editores. 162 p.

_____ (2011). Pode-se melhorar o ontem? Sobre a transformação de passado em história. In: SALOMON, M. (Org.). História, verdade e tempo. Chapecó: Argos.

_____ (1994). "¿Qué es la cultura histórica?: Reflexiones sobre una nueva manera de abordar la historia". Culturahistórica. [Versión castellana inédita del texto original alemán en K. Füssmann, H.T. Grütter y J. Rüsen, eds. (1994). Historische Faszination. Geschichtskultur heute. Keulen, Weimar y Wenen: Böhlau, pp. 3-26]. Disponível em http://www.culturahistorica.es/ruesen/cultura_historica.pdf

_____ (2001). Razão histórica. Teoria da história: Os fundamentos da ciência histórica. Brasília: Ed. UnB.

_____ (2007). Reconstrução do Passado: Os princípios da pesquisa histórica. Brasília: Ed. UNB, 2007.

_____ (2015b). Teoria da História: uma teoria da história como ciência. Curitiba: Editora UFPR.

SANTOS, P. A. C. dos; NICODEMO, T. L.; PEREIRA, M. H. de F. (2017) Historiografias periféricas em perspectiva global ou transnacional: eurocentrismo em questão. Estudos históricos (Rio J.) [online], vol.30, n.60, pp.161-186.

SANTOS JUNIOR, J. J. G. dos; SOCHACZEWSKI, M. (2017) História global: um empreendimento intelectual em curso. Tempo[online], vol.23, n.3, pp.483-502.

SCHMIDT, M. A.; BARCA, I.; MARTINS, E. R. (Orgs.) (2010). Jörn Rüsen e o ensino de História. Curitiba: Ed. UFPR.

SILVA, G. J. da; MEIRELES, M. C. (2017). Orgulho e preconceito no ensino de História no Brasil: reflexões sobre currículos, formação docente e livros didáticos. Revista Crítica Histórica. UFAL: Vol. VIII, nº 15.

TROUILLOT, M.-R. (2011) Moderno de otro modo. Lecciones caribenhas desde el lugar del salvaje. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, No.14: 79-97, enero-junio.

Downloads

Publicado

2019-08-23