INTELECTUAIS, LUTAS DE RESISTÊNCIA E LÍNGUAS EM ANGOLA

Autores

  • Heloisa Tramontim de Oliveira Universidade Federal de Santa Catarina
  • Cristine Görski Severo Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2019.42039

Palavras-chave:

Angola, intelectuais, língua portuguesa, lutas

Resumo

RESUMO: Este artigo trata do papel desempenhado pelos intelectuais nas lutas angolanas contra o colonialismo português, em defesa da independência de Angola, e na construção de um nacionalismo angolano, entre a segunda metade do século XIX e os anos 1970. Enfocamos, mais especificamente, o papel atribuído à língua portuguesa nessas lutas, uma vez que a formação intelectual dos angolanos ocorria através dessa língua lusitana. O texto apresenta um panorama histórico, enfocando a complexidade e pluralidade que caracterizou o papel dos intelectuais no processo de formação de Angola, a exemplo da existência de três partidos políticos de independência que se dividiram em torno de questões linguísticas e culturais sobre o que conta como angolanidade. Por fim, sinalizamos para as contradições e desafios que caracterizam o percurso de intelectuais na sua relação com a política.

Biografia do Autor

Heloisa Tramontim de Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Linguística

Área Sociolinguística.

Cristine Görski Severo, Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Linguística

Área Sociolinguística.

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Publicado

2019-04-24