INTELECTUAIS, LUTAS DE RESISTÊNCIA E LÍNGUAS EM ANGOLA

Heloisa Tramontim de Oliveira, Cristine Görski Severo

Resumo


RESUMO: Este artigo trata do papel desempenhado pelos intelectuais nas lutas angolanas contra o colonialismo português, em defesa da independência de Angola, e na construção de um nacionalismo angolano, entre a segunda metade do século XIX e os anos 1970. Enfocamos, mais especificamente, o papel atribuído à língua portuguesa nessas lutas, uma vez que a formação intelectual dos angolanos ocorria através dessa língua lusitana. O texto apresenta um panorama histórico, enfocando a complexidade e pluralidade que caracterizou o papel dos intelectuais no processo de formação de Angola, a exemplo da existência de três partidos políticos de independência que se dividiram em torno de questões linguísticas e culturais sobre o que conta como angolanidade. Por fim, sinalizamos para as contradições e desafios que caracterizam o percurso de intelectuais na sua relação com a política.


Palavras-chave


Angola; intelectuais; língua portuguesa; lutas

Texto completo:

PDF

Referências


ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

BIRMINGHAM, David. Portugal e África. Tradução Arlindo Barbeitos. Lisboa: Nova Vega, 2010.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Tradução Enilce Albergaria Rocha, Lucy Magalhães. Juiz de Fora: UFJF, 2005.

FOUCAULT, Michel. Introdução à vida não-fascista. In: Gilles Deleuze e Félix Guattari. Anti-Oedipus: Capitalism and Schizophrenia. Nova York: Viking Press, 1977. p. XI-XIV.

HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Tradução Celina Cardim Cavalcante. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (INE). Resultados definitivos recenseamento geral da população e habitação – 2014. Angola/Luanda: INE – Divisão de Reprografia, 2016.

LARANJEIRA, Pires. Literaturas africanas de expressão portuguesa. Coimbra: Universidade Aberta, 1995.

KAMABAYA, M. O Renascimento da Personalidade Africana. Nzila: Luanda, 2003.

KANDA, Almeida. Repensar a História de Angola. Uige: Sedipu, 2005.

KANDJIMBO, Luis. Agostinho Neto e a Geração Literária de 40. In: MATA, Inocência; PADILHA, Laura (coord.). Mário Pinto de Andrade: um intelectual na política. Edições Colibiri, 2000.

MENEZES, Solival. Mama Angola: sociedade e economia de um país nascente. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp, 2000.

OLIVEIRA, Susan Aparecida de. A Voz de Angola clamando no deserto e a emergência dos ideais anticoloniais em Angola. Ipotesi: Revista de estudos literários. vol. 14, nº 2. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2010.

PAREDES, Margarida. Mulheres na Luta Armada em Angola: memória, cultura e emancipação. Tese de Doutorado em Antropologia. Lisboa: ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa, 2014.

PEPETELA. A geração da utopia. São Paulo: LeYa, 2013.

SAID, Edward W. Representações do Intelectual: as conferências de Reith de 1933. Tradução Milton Hatoum. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

SEVERO, Cristine; MAKONI, Sinfree. Políticas linguísticas Brasil-África: por uma perspectiva crítica. Coleção Linguística. V.5. Florianópolis: Insular, 2015.

ZAU, Filipe. As tentativas de colonização com grupos raciais separados. Jornal de Angola, 06 de janeiro de 2016. Disponível em Acesso em 02 de fev de 2019.




DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2019.42039

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2019 Autor concedendo à Revista Transversos o direito de primeira publicação.

REVISTA TRANSVERSOS - ISSN:2179-7528

Laboratório de Estudos das Diferenças e Desigualdades Sociais - UERJ

Campus Francisco Negrão de Lima - Pavilhão João Lyra Filho Rua São Francisco Xavier, 524 - 9° andar - Bloco D, sala 6.

http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/transversos