Uma evangelização duvidosa: o caso do frei Gaspar.

Autores

  • Thiago Bastos Souza Universidade do Estado do Rio Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2017.27447

Resumo

DOI: 10.12957/transversos.2017.27447

O presente artigo tem por objetivo apresentar o caso do frei franciscano Gaspar, doutrinador do pueblo de Turuana – pertencente ao encomendero Juan de Rrodas, provavelmente localizado próximo a Cartagena – na Nova Granada, denunciado pelo cacique e indígenas do pueblo em questão ao Bispo de Cartagena, Juan de Montalvo, em 1580, por manter relações sexuais com diversas índias, muitas delas casadas. O contato por parte do franciscano envolvia não apenas a consumação carnal, mas instrumentos preliminares e de coerção, como os atos de abraçar, beijar, dizer às índias que as “queria mucho” e açoitá-las quando não era atendido. Acessado no decurso de pesquisas realizadas no Archivo General de Indias, junto aos papeis da Audiência de Santa Fé, o processo destaca-se pelo fato de ser composto, majoritariamente, por depoimentos de mulheres. Em função disso, o artigo visa chamar a atenção para os riscos de se propor, previamente, a consolidação de generalizações e certezas quanto à estruturação e à vida cotidiana das sociedades Vice-Reinais no Novo Mundo, por ser surpreendente a maneira como os indígenas utilizaram um elemento de mediação: o cacique Joan Martin e instrumentos de reclamação inerentes à configuração do Velho Mundo.

Biografia do Autor

Thiago Bastos Souza, Universidade do Estado do Rio Janeiro (UERJ)

Realizou graduação em História nas seguintes Universidades: Universidade Católica de Petrópolis (UCP); Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Universidad de Jaén/Espanha (UJA), da qual foi bolsista de mobilidade internacional. Mestre em História pela UERJ e Magister em Historia de América: Latina Mundos Indígenas pela Universidad Pablo de Olavide/Espanha (UPO). Atualmente cursa Doutorado em História na UERJ.

Desenvolve estudos relacionados ao mundo Vice-Reinal espanhol, especifícamente na Nova Granada (século XVI).

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Publicado

2017-04-18