A dama e o amor: Cortesia e heresia na poética medieval

Autores

  • Benjamin Rodrigues Ferreira Filho UFMT
  • Shirlene Rohr de Souza UNEMAT

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2016.26531

Resumo

DOI: 10.12957/transversos.2016.26531

As trovas provençais destacavam sempre uma “Dama”, a quem os poetas dedicavam sua lealdade. Nos Séculos XII e XIII, o culto à “Dama” se espalhou do sudeste da França para o norte da Itália e a Península Ibérica, engendrando uma cultura peculiar na Occtânia, que se opunha aos interesses da Igreja de Roma. Para alguns autores, muitos trovadores da Provença, por meio do signo “Dama”, ocultavam um assunto proibido: a fé cátara ou a crença na Igreja do Amor. O catarismo foi considerado uma heresia, um crime cuja pena era a morte na fogueira. Admitindo-se a relação entre amor cortês e heresia, os poetas teriam se valido das trovas para manifestar o culto ao Amor; os textos poderiam ser levados pelos menestréis de um castelo a outro, cujos senhores guardariam a mesma fé; assim, as trovas ligavam e fortaleciam as comunidades cátaras. A proposta deste artigo é ler, a partir desta perspectiva histórica, crítica e teórica, um poema de Nuno Fernandes Torneol.

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Publicado

2016-12-31