NOSSO ÚTERO, NOSSO TERRITÓRIO: JUSTIÇA REPRODUTIVA E LUTAS DECOLONIAIS POR ABORTO E MATERNIDADE

Autores

  • Alessandra Teixeira Universidade Federal do ABC (UFABC)/Professora Adjunta
  • Mel Bleil Gallo Universidade Federal do ABC/Mestra em Ciências Humanas e Sociais (2021)

DOI:

https://doi.org/10.12957/synthesis.2021.64353

Palavras-chave:

Justiça reprodutiva, Colonialidade do gênero, Biopoder, Acompanhamento feminista ao aborto, Maternidade.

Resumo

Neste artigo, relacionamos lutas feministas e antirracistas acerca do aborto e da maternidade – dois eventos reprodutivos aparentemente opostos, mas diretamente atravessados por mecanismos contemporâneos do biopoder. Nossa análise percorre duas frentes empíricas: o Movimento Independente Mães de Maio e a Red Compañera Red Feminista Latinoamericana y Caribeña de Acompañantes de Aborto. Primeiro, trazemos a mobilização de mães que tiveram seus filhos assassinados no contexto de violência policial e extermínio do povo negro, pobre e das periferias brasileiras. Em seguida, olhamos para feministas latinas que acompanham mulheres, assim como pessoas trans e não binárias, a abortar de forma autogestionada com medicamentos. Argumentamos que ambas as lutas desvelam novas fraturas no lócus da opressão forjado pela colonialidade do gênero, identificadas por feministas decoloniais antirracistas, e contribuem para um paradigma decolonial de justiça reprodutiva, ao tornar o útero território de resistências e reclamar a maternidade e o aborto como locais de enunciação política.

 

Biografia do Autor

Alessandra Teixeira, Universidade Federal do ABC (UFABC)/Professora Adjunta

Professora Adjunta da Universidade Federal do ABC (UFABC) e Coordenadora do Grupo de Pesquisa RESISTÊNCIAS: Controle social, Memória e Interseccionalidades. Doutora (2012) e Mestra (2007) em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Advogada (1997). Pós-doutorado em Sociologia e Antropologia pela Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP/Marília (2015).

Mel Bleil Gallo, Universidade Federal do ABC/Mestra em Ciências Humanas e Sociais (2021)

Mestra em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC (2021). Integrante do Grupo de Pesquisa em Gina - Gênero, Raça e Interseccionalidades e RESISTÊNCIAS: Controle social, Memória e Interseccionalidades. Bacharela em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade de Brasília (2011).

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Publicado

2021-12-22

Como Citar

Teixeira, A., & Gallo, M. B. (2021). NOSSO ÚTERO, NOSSO TERRITÓRIO: JUSTIÇA REPRODUTIVA E LUTAS DECOLONIAIS POR ABORTO E MATERNIDADE. (SYN)THESIS, 14(2), 52–66. https://doi.org/10.12957/synthesis.2021.64353

Edição

Seção

Dossiê Biopoder, Cuidado e Arranjos Familiares: reflexões sobre gênero e sexualidade hoje