Avaliação das queixas técnicas relacionadas à tecnovigilância em hospitais federais do Rio de Janeiro no período de 2018 a 2020 notificadas no NOTIVISA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2024.78462

Palavras-chave:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Evento Adverso, Queixa Técnica, Vigilância de Produtos Comercializados

Resumo

Objetivo: avaliar os motivos das notificações das Queixas Técnicas (QT) e Eventos Adversos (EA) relacionados a dispositivos médicos através do NOTIVISA, em seis hospitais federais da cidade do Rio de Janeiro no período de 2018 a 2020. Método: estudo descritivo, documental, retrospectivo, analítico e quantitativo. Resultados: informações solicitadas e fornecidas pela Anvisa foram analisadas, categorizadas e apresentadas em forma de tabelas e gráficos. Foram 133 notificações que fizeram parte deste estudo, tendo-se em 2018 um total de 67 notificações, 42 notificações em 2019 e 24 notificações em 2020. A categoria Funcionalidade foi mais declarada, associada a notificação de 51 produtos, ou seja, foi mencionada 50 vezes (43% das notificações). De 2018 a 2020, as intercorrências em QT foram prevalentes e estavam relacionadas a uma subcategoria de Funcionalidade (Implante/ativação) dos produtos notificados. Luvas cirúrgicas e seringas descartáveis, foram os produtos mais frequentes encontrados sem classificação de QT ou EA. Neste estudo, 13 produtos classificados como QT estavam associados, nos respectivos campos de motivos, a danos. Conclusão: É perceptível a dificuldade de adesão pelos profissionais de saúde, principalmente pela responsabilização quando existe associação com o desvio/quebra/falha, resultando em um EA. A partir da análise de dados científicos e reflexões deste estudo é possível considerar ultrapassada a expectativa de que os dispositivos médicos atendam somente às necessidades da assistência, sem considerar o armazenamento (quebra), a qualidade no recebimento, as embalagens, e principalmente, o monitoramento da eficácia dos produtos após a aquisição, no momento do uso.

Biografia do Autor

Aryele Raíra da Silva Pereira, Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Estudante de Medicina do 11 período da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro - UNIRIO. Aluna de Iniciação Científica do Instituto Oswaldo Cruz, no Ambulatório de Hepatites Virais. Estagiária bolsista na CF Valdecir Salustiano Cardozo pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Ex-bolsista de Iniciação Científica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, de Janeiro de 2019 à julho de 2022, com projeto de pesquisa premiado três anos seguidos. Ex-presidente da Liga Acadêmica de Farmacologia Médica - LAFARME, da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro - EMC. UNIRIO; Fundadora e Diretora de Extensão do projeto de extensão: Paliativos Em Ação, do Departamento de Medicina Geral da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.Possui conhecimento intermediário de inglês e básico em espanhol.Técnica Ambiental com formação no Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Experiência na área de Ciências da Saúde e Ciências Ambientais.

Beatriz Aparecida Silva Cunha, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem -Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013), pós graduada em enfermagem nos moldes de residência: Clínica e cirúrgica-geral pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, pós graduada em prevenção e controle de infecção pela Universidade Estácio de Sá, pós graduação nos moldes de residência em Pediatria pela Universidade estadual do Rio de Janeiro não concluída. Atua na área de prevenção e controle de infecção em um hospital da rede privado do Rio de Janeiro e em emergência em um hospital público do Rio de Janeiro.

Michele Feitoza-Silva, Instituto Aggeu Magalhães/PE - Fundação Oswaldo Cruz

Farmacêutica Industrial. Doutora em Vigilância Sanitária pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/Fiocruz. Pesquisadora do Departamento de Saúde Coletiva (NESC) do Instituto Aggeu Magalhães – Fiocruz/Pernambuco. Docente do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária – INCQS/Fiocruz e dos Programas Profissional e Acadêmico em Saúde Pública do Instituto Aggeu Magalhães – Instituo Aggeu Magalhaes/Fiocruz-PE

Bianca Ramos Marins-Silva, Departamento de Saúde Coletiva/ Instituto Biomédico - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Ciências Biológicas Modalidade Médica pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2002). Especialista em Ciência dos Medicamentos e Alimentos pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestrado e Doutorado em Vigilância Sanitária pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/FIOCRUZ. Experiência na área de Saúde Coletiva, na área da Vigilância em Saúde, com enfoque em Vigilância Sanitária. Atuou como Professora-Pesquisadora no Laboratório de Vigilância em Saúde, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz) de 2009 a 2014. Foi assessora técnica-pedagógica da Vice-Direção de Escola de Governo, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) de 2015 a 2016. Autora e Organizadora do livro "Segurança alimentar no contexto da Vigilância Sanitária: reflexões e práticas" da editora EPSJV/FIOCRUZ. Membro do GT de Vigilância Sanitária da ABRASCO. Atualmente, Professora Ajunta do Departamento de Saúde Coletiva, do Instituto Biomédico, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e desde dezembro de 2018, Professora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da UNIRIO. Foi Coordenadora do Curso de Biomedicina da UNIRIO de julho de 2019 a junho de 2022. De 2016 a 2019 foi Professora Adjunta do Departamento de Educação Permanente e Integralidade em Saúde, do Instituto de Saúde Coletiva.

 

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Publicado

17-12-2024

Como Citar

Pereira, A. R. da S., Cunha, B. A. S., Feitoza-Silva, M., & Marins-Silva, B. R. (2024). Avaliação das queixas técnicas relacionadas à tecnovigilância em hospitais federais do Rio de Janeiro no período de 2018 a 2020 notificadas no NOTIVISA. Revista Sustinere, 12(2), 902–917. https://doi.org/10.12957/sustinere.2024.78462