Correlação entre salinidade, temperatura e pH na área de influência do Porto da Cidade do Rio de Janeiro (Brasil) entre 2016 a 2018.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2022.56684

Palavras-chave:

Baia de Guanabara, Fatores fisicoquímicos, Salinidade, Estuário

Resumo

A Baía de Guanabara (BG), localizado no município do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/Brasil) é um dos mais importantes estuários do país apresentando intensa atividade portuária e apresenta desde o início do século XIX um intenso quadro de degradação devido à poluição causada principalmente pelo despejo de resíduos industriais e domésticos. Entre todos os passivos ambientais promovidos pela atividade portuária, destacam-se a perda de biodiversidade, a introdução de espécies exóticas, assim como alterações dos níveis de pH, temperatura e salinidade. O presente estudo, tem como objetivo analisar possíveis correlações nos padrões de salinidade, temperatura e pH da zona portuária da Cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 2016 a 2018. Foram realizadas 22 campanhas de amostragens de águas superficiais, em cinco pontos. A salinidade e pH variaram significativamente entre os pontos amostrados, enquanto para a temperatura não apresentou diferença significativa. As variações nos parâmetros podem ser explicadas pelo regime de marés e pelo padrão pluviométrico na época das coletas. As correlações ocorreram entre a salinidade e o pH de forma positiva nos pontos P2, P3 e P5. O continuo monitoramento deve realizado para detecção de possíveis flutuações uma vez que pH, salinidade e temperatura influenciam a biodiversidade local.

Palavras-Chaves: Baia de Guanabara; Fatores fisicoquímicos; Salinidade; Estuário.

Biografia do Autor

Everaldo Santana Silva, PPGMA, UERJ

Doutor em Meio Ambiente (PPGMA/UERJ), Mestre em Ciências Ambientais (PGCA/UFF), Especialista em Biologia Marinha e Oceanografia (FAMATH), Especialista em Ensino de Ciências e Biologia (BioquiMEd/UFRJ) e Graduado em Ciências Biológicas (FTESM). Atua na área de pesquisa referente a problemas oriundos a navegação, principalmente na introdução de organismos patogênicos por água de lastro (V. cholerae toxigênico.).

Deloar Duda de Oliveira, PPGMA, UERJ

Possui graduação em Ciências Biológicas Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Pernambuco (2008), Mestrado em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2011). Tem experiência na área de Oceanografia, com ênfase em Oceanografia Biológica, atuando principalmente nos seguintes temas: ecotoxicologia, sedimento e metais pesados. Doutorado multidisciplinar em Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com ênfase em Gerenciamento Costeiro, Avaliação de Risco Ecológico e Legislação Ambiental.

Fernandez Marcos Antônio dos Santos, Departamento de Oceanografia Química, UERJ

Graduado em Oceanografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1988), Mestre em Geociências (Geoquímica) pela Universidade Federal Fluminense (1994) e Doutor em Química (Química Analítica Inorgânica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2001). Atualmente é professor Associado e Coordenador do Laboratório de Ecotoxicologia Marinha da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência nas áreas de Ecotoxicologia Marinha, Oceanografia Química e Geoquímica Marinha, atuando especialmente com poluição por metais e esgotos domésticos,no desenvolvimento de técnicas de biomonitoramento para poluição por antifoulings e metais pesados. Nos últimos anos tem desenvolvido tecnicas não-destrutivas para emprego em bioensaios e trabalhos de biomonitoramento bem como desenvolvido novos tipos de equipamentos para monitoramentos no ambiente marinho.

Gustavo Aveiro Lins, CEDERJ

Biólogo, Engenheiro ambiental e de Segurança do Trabalho. Mestre em engenharia ambiental pela UFRJ. Doutor em Meio Ambiente pela UERJ. Tutor do Centro de Educação a Distância do Estado de Rio de Janeiro (CEDERJ), Professor da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC), e funcionário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE). Atuando principalmente nos seguintes temas de pesquisa: zoologia, ecologia, meio ambiente, saneamento, resíduos sólidos, gestão ambiental e perícia ambiental.

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Publicado

02-08-2022

Como Citar

Silva, E. S., de Oliveira, D. D., dos Santos, F. M. A., & Lins, G. A. (2022). Correlação entre salinidade, temperatura e pH na área de influência do Porto da Cidade do Rio de Janeiro (Brasil) entre 2016 a 2018. Revista Sustinere, 10(1), 218–237. https://doi.org/10.12957/sustinere.2022.56684