Prevalência e intervenção dos riscos ocupacionais no processo de trabalho dos enfermeiros: revisão integrativa da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2021.47779

Palavras-chave:

Saúde do trabalhador, Riscos ocupacionais, Prevalência.

Resumo

O acidente de trabalho ocorre durante o exercício laboral dentro da empresa. Os trabalhadores de enfermagem expõem-se a diversos riscos ocupacionais, de modo a evidenciar prevalência dos riscos biológicos. Objetivou-se investigar a prevalência, bem como a intervenção, dos riscos ocupacionais no processo de trabalho dos enfermeiros. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com suporte em uma revisão integrativa da literatura, realizada nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e Scientific Electronic Library Online. A coleta de dados foi realizada durante o 2º semestre de 2016. A amostra foi composta por 30 artigos científicos publicados durante o período de 2009-2016. Na amostra analisada, houve prevalência dos acidentes de trabalho na equipe de enfermagem decorrente da manipulação de material perfurocortante contaminado com fluido biológico. A categoria mais acometida foram os técnicos de enfermagem. Nestes estudos, a sobrecarga de trabalho associado ao estresse físico e psíquico é apontada como a principal causa destes acidentes. Fatores de risco físico, químico ou de acidente apresentam contribuição mínima para a sua ocorrência. É percebido que em alguns estudos, os equipamentos de proteção individual não são devidamente disponibilizados ao trabalhador de modo a facilitar a aquisição de um acidente de trabalho, bem como uma doença osteomuscular relacionada ao trabalho. Portanto, a criação de protocolos e programas de educação permanente para os profissionais de saúde é de fundamental importância para o aperfeiçoamento quanto às formas práticas e rotineiras de prevenção dos acidentes, bem como da exposição às situações de risco.

Biografia do Autor

Patrick Leonardo Nogueira da Silva, Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

Acadêmico do curso de graduação em Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE). Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Cuidado Primário em Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros (PPGCPS/UNIMONTES). Enfermeiro, Especialista em Saúde da Família e Enfermagem do Trabalho, Professor do curso Técnico em Enfermagem do Instituto de Educação Qualificar de Montes Claros (IEQ/MOC). Montes Claros (MG), Brasil.

Álvaro Ataíde Landulfo Teixeira, Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros - FIPMOC

Enfermeiro pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIPMOC). Montes Claros (MG), Brasil.

Ana Izabel de Oliveira Neta, Faculdades Santo Agostinho - FASA

Enfermeira especialista em Saúde Coletiva com ênfase em Saúde da Família e Gestão Microrregional em Saúde. Professora do curso de graduação em Enfermagem das Faculdades Santo Agostinho (FASA). Montes Claros (MG), Brasil.

Valdira Vieira de Oliveira, Faculdades Santo Agostinho - FASA

Enfermeira especialista em Enfermagem em Saúde Pública. Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora do curso de graduação em Enfermagem das Faculdades Santo Agostinho (FASA). Montes Claros (MG), Brasil.

Aurelina Gomes e Martins, Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

Enfermeira especialista em Enfermagem em Saúde Pública. Mestrado em Saúde Pública pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Montes Claros (MG), Brasil.

Elaine Cristina Santos Alves, Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

Enfermeira especialista em Vigilância Sanitária e Epidemiológica. Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Montes Claros (MG), Brasil.

Maricy Kariny Soares Oliveira, Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

Enfermeira especialista em Auditoria em Sistemas de Saúde. Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Doutorado em Ciência da Educação com ênfase em Psicanálise pela Universidade Evangelista do Paraguai e Cambridge (UEP). Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Montes Claros (MG), Brasil.

Carolina dos Reis Alves, Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES Faculdade Santo Agostinho - FASA Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

Enfermeira especialista em Saúde da Família e Enfermagem Obstétrica. Mestrado e Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Professora do curso de graduação em Enfermagem da Faculdade Santo Agostinho (FASA), Faculdade de Saúde Ibituruna (FASI) e UNIMONTES. Montes Claros (MG), Brasil.

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Publicado

27-01-2022

Como Citar

da Silva, P. L. N., Teixeira, Álvaro A. L., Neta, A. I. de O., de Oliveira, V. V., e Martins, A. G., Alves, E. C. S., … Alves, C. dos R. (2022). Prevalência e intervenção dos riscos ocupacionais no processo de trabalho dos enfermeiros: revisão integrativa da literatura. Revista Sustinere, 9(2), 463–477. https://doi.org/10.12957/sustinere.2021.47779