Cultura árabe - islâmica e o aprendizado em saúde na fronteira entre o Brasil e o Paraguai

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2021.47727

Palavras-chave:

Árabes, Cultura, Saúde Escolar, Islamismo. Promoção da Saúde.

Resumo

As comunidades árabe-islâmicas guardam costumes que são transmitidos aos descendentes em seus espaços familiares e comunitários. O estudo objetivou analisar a influência da cultura árabe-islâmica no aprendizado em saúde emduas escolas em Foz do Iguaçu - Brasil e uma escola em Cidade de Leste - Paraguai. Trata-se de um estudo quantitativo-descritivo, realizado em 2017. Utilizou-se um questionário estruturado. Participaram 37 alunos do ensino médio de origem árabe-islâmica. Na análise de dados foi calculada a frequência, percentual, média, mediana e desvio padrão das observações. Dos 37 participantes, 67,6% são femininos, com média de idade de 17,2 anos. Os dados foram organizados em três quesitos avaliativos: 1) Higiene Saúde (nas três escolas, foi atribuído nota 5 (mediana) para a grande maioria das assertivas, associando o aprendizado ao convívio social); 2) Água/Saneamento Básico (a disciplina de Ciências Biológicas teve a maior frequência de notas 5 (mediana) nas três escolas, e o item que recebeu maior pontuação foi “a água de consumo deve ser potável” e o com a menor foi o “descarte correto do lixo” com nota 3). 3)  Alimentação Saudável (a disciplina de Ciências Biológicas foi a que menos influenciou nas respostas, obteve baixa de frequência de notas 5 (mediana), diferente da disciplina de Religião com maiores escores). A cultura árabe-islâmica contribui para o aprendizado em saúde, demonstrando que o trabalho junto à líderes religiosos pode ser estratégico, em especial sobre os itens, água/saneamento básico, descarte do lixo e a importância de evitar água parada para prevenção da dengue. 

Biografia do Autor

Noura Reda Mansour, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste. Campus de Foz do Iguaçu-PR

Concluiu o curso de graduação em Fisioterapia pela Faculdade União das Américas em 2006. Possui pós-graduação Lato Sensu em Terapia Intensiva adulto, neonatal e pediátrica pela Inspirar/Cesumar (2007-2008). Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva - ASSOBRAFIR (2013). Mestre em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE. Atua como fisioterapeuta na área cardiopulmonar no adulto e pediatria. Docente na Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu (FAESI)

Luciana Aparecida Fabriz, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste. Campus de Foz do Iguaçu-PR

Atualmente é Pós-doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação, Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo - USP (2020-2022). Doutora em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação, Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo - USP (2019). Possui mestrado acadêmico em enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (2012), especialização em Centro Cirúrgico e Centro de Materiais Esterilizados pela Universidade Estadual de Londrina (2006) e graduação e licenciatura em Enfermagem pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2003). Foi Diretora de Enfermagem do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) no período de 2006 à 2011. Docente do curso de graduação de enfermagem do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas e docente do convidada no Mestrado Saúde Pública em Região de Fronteiras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE e atuou como Assessora de Projetos e atualmente é coordenadora de área de hospital de ensino da UNIOESTE - Campus de Foz do Iguaçu. Tem experiência na área de Enfermagem e Gestão e ministrando disciplinas e desenvolvendo pesquisas e projetos relacionados as temáticas de Gestão e Politicas Públicas de Saúde.

Paulo Cesar Mayer Morales, Centro Universitário do Maranhão – CEUMA

Possui graduação em psicologia pela Universidade Estadual de Londrina (2005), mestrado em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina (2009) e doutorado em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (2014) e Pós-doutorado em Ensino pela Unioeste (Foz do Iguaçu-PR 2017). Atualmente é docente dos cursos de Psicologia e de Medicina na Universidade CEUMA-Imperatriz, MA.

Anneliese Domingues Wysocki, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS

Graduada como bacharel em ENFERMAGEM pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP (2007), onde também realizou Aprimoramento em Saúde Coletiva (2008) e Especialização em Enfermagem em Unidades Básicas de Saúde com Ênfase na Saúde da Família e no Gerenciamento (2009). Obteve o Título de Mestre (2011) e Doutor (2014) em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, EERP-USP, tendo realizado cursos complementares de formação na Escola de Saúde Pública em Johns Hopkins (Bloomberg School of Public Health, Johns Hopkins University) em Baltimore-Maryland- EUA, bem como pelo International Union Against Tuberculosis and Lung Disease. É membro do Grupo de Estudos Operacionais em Tuberculose (GEOTB) e integrante da Área de Estudos Operacionais da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (www.redetb.usp.br), atuando na elaboração, execução e análise de projetos de pesquisa realizados nacionalmente. Atualmente é docente de graduação e pós-graduação do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e desenvolve atividades voltadas ao ensino, pesquisa e extensão. Trabalha com temáticas ligadas à Pesquisa Operacional e Avaliação de Serviços de Saúde, tendo como principais interesses: Enfermagem, Vigilância em Saúde, Acesso aos Serviços de Saúde, Avaliação dos Serviços de Saúde, políticas de saúde, atenção primária da saúde, organização de sistemas de saúde e doenças infectocontagiosas.

Adriana Zilly, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste. Campus de Foz do Iguaçu-PR

Mestrado e Doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/Cascavel) e Farmácia pelo Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu (Cesufoz). Docente do curso de Enfermagem, do Programa de Pós Graduação (Mestrado) em Ensino e do Programa de Pós Graduação (Mestrado) em Saúde Pública em Região de Fronteira da Unioeste/Foz. Participa do Grupo de Pesquisa Laboratório de Epidemiologia e Pesquisas Operacionais em Saúde (LEO) e é líder do grupo de pesquisa Práticas, saberes e vulnerabilidades de saúde e educação, com pesquisas na área de saúde materno-infantil e tecnologias leves, com foco em crianças com necessidades especiais de saúde e educação.

Reinaldo Antonio Silva-Sobrinho, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste. Campus de Foz do Iguaçu-PR

Doutorado em Ciências - Área de Saúde Pública pela Universidade de São Paulo - USP (2012) e Pós-Doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo - USP (2013). Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação (Stricto Sensu) em Saúde Pública em Região de Fronteira - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste (2015-2019). Atua como pesquisador na Universidade de São Paulo-USP e, é professor - pesquisador (Associado - A) na Graduação e Pós-graduação (Stricto Sensu) na Unioeste, nas disciplinas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (graduação) e Estudos Epidemiológicos (Pós-graduação). Professor Visitante na Universidad Nacional de Misiones - Argentina (Maestría en Salud Pública y Enfermedades Transmisibles). Foi Bolsista pela Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI). Desenvolve suas atividades no campo da Saúde Pública, com foco em Epidemiologia, atuando principalmente nos temas a seguir: Métodos Epidemiológicos, Pesquisa Operacional em Saúde e Epidemiologia de Doenças Transmissíveis Emergentes e Reemergentes em região de fronteira internacional. Tem experiência de campo, pesquisa e ensino em tuberculose, hanseníase, Atenção Primária em Saúde e vigilância epidemiológica.

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Publicado

14-10-2021

Como Citar

Mansour, N. R., Fabriz, L. A., Morales, P. C. M., Wysocki, A. D., Zilly, A., & Silva-Sobrinho, R. A. (2021). Cultura árabe - islâmica e o aprendizado em saúde na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Revista Sustinere, 9, 297–312. https://doi.org/10.12957/sustinere.2021.47727