O edifício doente e o edifício saudável

Autores

  • Antonio Pedro Alves de Carvalho Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.12957/sustinere.2017.29214

Palavras-chave:

Arquitetura hospitalar, Ambiente saudável, Ambiente e saúde

Resumo

A caracterização das edificações saudáveis é tratada, no presente artigo, através da análise de referências que estudam as condições físicas que induzem ao bem-estar e a recuperação de pacientes em edificações de saúde. Inicialmente discorre-se sobre as questões ambientais envolvidas na ocorrência da Síndrome do Edifício Doente, justificando a caracterização dos Edifícios Saudáveis. As características levantadas foram englobadas nos setores de higiene, conforto e sustentabilidade. Em relação à higiene, destacou-se a localização estratégica de lavatórios, o que favorece as condições de controle de infecção; a utilização de materiais de acabamento que permitam fácil limpeza e manutenção e a disponibilização de infraestrutura que garanta a segregação, guarda, coleta e tratamento de resíduos sólidos. Em relação ao conforto, são enfatizados a utilização de meios naturais de controle de temperatura, umidade, ventilação e iluminação; a disponibilidade de áreas verdes, a adoção da acessibilidade universal e o controle do ruído. A sustentabilidade em edificações para a saúde recebe ênfase quanto ao estabelecimento de condições de suprimento ininterrupto de energia e água, com a utilização de formas limpas de geração e aproveitamento. Conclui-se pela adequação dos estudos ambientais em estabelecimentos de saúde como parâmetros para a definição das condições físicas de uma Edificação Saudável.

Biografia do Autor

Antonio Pedro Alves de Carvalho, Universidade Federal da Bahia

Doutor em Organização do Espaço pela Universidade Estadual Paulista com pós-doutorado na
Universitat Politècnica de Catalunya. Atualmente é Vice-Presidente de Desenvolvimento Técnico-
Científico e editor geral de publicações da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício
Hospitalar (ABDEH) e Professor Titular da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Planejamento e Projetos da Edificação, atuando
principalmente nos seguintes temas: arquitetura hospitalar e metodologia do projeto arquitetônico.

Referências

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

BATISTELLA, Carlos. Saúde, Doença e Cuidado: complexidade teórica e necessidade histórica. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/pdtsp/index.php?s_livro_id=6&area_id=2&capitulo_id=13&autor_id=&sub_capitulo_id=14&arquivo=ver_conteudo_2. Acesso em: 10 jun 2017.

BICALHO, Flávio C. A arquitetura e engenharia no controle das infecções. Rio de Janeiro: Rio Books, 2010.

BITENCOURT, Fábio. A sustentabilidade em ambientes de serviços de saúde: um componente de utopia ou de sobrevivência? In: CARVALHO, Antonio Pedro Alves de. (Org.). Quem tem medo da Arquitetura Hospitalar? Salvador: Quarteto Editora, 2006. p.13-48.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Conforto Ambiental em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Brasília, 2014.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília, 2006.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Resolução RDC/ANVISA nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. 2a. ed. Brasília, 2004.

CARDOSO, João D. Luminárias especiais para ambientes hospitalares de internação prolongada. In: CONGRESSO BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR, 5, 2012, São Paulo. Anais... São Paulo. 2012, p. 59-66.

CARRAMENHA, Márcia Maria Lisbôa. Sustentabilidade em edifícios de saúde. In: CONGRESSO BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR, 4, 2010, Brasília. Anais... Brasília, 2010, p. 71-82.

DEL NORD, Romano. The New Strategic Dimensions of the Hospital of Excellence. Firenze: Polistampa, 2011.

FINNEGAN, M.J.; PICKERING, C.A.C.; BURGE, P. S. The sick building syndrome: prevalence studie. British Medical Journal, London, v. 289, n. 8, December, 1984.

FIORENTINI, Domingos M. F.; LIMA, Vera H. A.; KARMAN, Jarbas B. Arquitetura na prevenção de infecção hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 1995.

GRAUDENZ, Gustavo S.; DANTAS, Eduardo. Poluição dos ambientes interiores: doenças e sintomas relacionados às edificações. Revista Brasileira de Medicina. Ano 2, n.1, fev. 2007. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3497. Acesso em: 25 jun 2016.

GUENTHER, R.; VITTORI, G. Sustainable Healthcare Architecture. New York: John Wiley & Sons, 2008.

GUENTHER, Robin; KARLINER, Joshua. Agenda Global de Hospitais Verdes e Saudáveis, 2011. Disponível em: <http://greenhospitals.net/wp-content/uploads/2012/03/GGHHA-Portugese.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2016.

HAMILTON, D. Kirk; SHEPLEY, Mardelle McCuskey. Design for Critical Care: An Evidence Based Approach. Burlington, MA: Architectural Press – Elsevier, 2010.

JANSZ, Janis. Introduction to Sick Building Syndrome. In: ABDUL-WAHAB, Sabah A. (ed.) Sick Building Syndrome in Public Buildings and Workplaces. London: Springer, 2011, p. 1-24.

MALKIN, Jain. Fulfilling the promise of evidence based design. In: CONGRESSO BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR, 5, 2012, São Paulo. Anais..., São Paulo, 2012, p. 19-25.

MARCUS, Clare C. Healing Gardens in Hospitals. In: WAGENAAR, Cor (ed.). The architecture of hospitals. Rotterdam: NAiPublishers, 2006. p. 315-329.

MONTEIRO, Tarciane S.; PEDROZA, Robermam M. Infecção Hospitalar: visão dos profissionais da equipe de enfermagem. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção. V.5, n. 2, 2015. p.84-88.

NAIMI, Maryam. Effective of Sick Building Syndrome on Irritation of the Eyes and Asthma. International journal of Advanced Biological and Biomedical Research. Volume 1, Issue 12, 2013, p. 1529-1534.

NIGHTINGALE, Florence. Notes on Hospitals. 3rd ed. London: Longman, 1863.

PRADO, Maria F.; HARTMANN, Talita P.S. ; TEIXEIRA FILHO, Leone A. Acessibilidade da estrutura física hospitalar para a prática da higienização das mãos. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. V. 17, n. 2, 2013, p. 220-226.

SCHETTLER, Ted. Efectos de los edificios sobre la salud: ¿Qué es lo que sabemos? Science and Environmental Health Network. Instituto de Medicina (IOM), 10-11 de janeiro de 2006. Disponível em: http://noharm.org/lib/downloads/espanol/Efectos_de_los_Edificios.pdf. Acesso em: 25 jun 2016.

SUNDELL, Jan; LEVIN, Hal; NOVOSEL, Davor. Ventilation rates and health: report of an interdisciplinary review of the scientific literature. Alexandria: National Center for Energy Management and Building Technologies Contact, 2006.

TOLEDO, Luiz C. Feitos para curar: arquitetura hospitalar e processo projetual no Brasil. Rio de Janeiro: ABDEH, 2006.

VERDERBER, Stephen. Innovations in Hospital Architecture. New York: Routledge, 2010.

VILAS-BOAS, Doris. Sustentabilidade em estabelecimentos assistenciais de saúde: soluções de projeto arquitetônico. Ambiente Hospitalar. São Paulo, v. 5, n. 8, 2011. p. 9-17.

WARGOCKI, P.; WYON, D. P.; FANGER, O. Productivity is affected by the air quality in offices. International Centre for Indoor Environment and Energy, Technical University of Denmark. Proceedings of Healthy Buildings, v. 1, p. 635-640, 2000. Disponível em: http://www.senseair.se/wp-content/uploads/2011/05/1.pdf. Acesso em: 25 jun 2016.

Downloads

Publicado

28-07-2017

Como Citar

Carvalho, A. P. A. de. (2017). O edifício doente e o edifício saudável. Revista Sustinere, 5(1), 135–152. https://doi.org/10.12957/sustinere.2017.29214

Edição

Seção

ARQUITETURA E AMBIENTES SAUDÁVEIS