A REPÚBLICA MANCA: MIRAGEM, DE COELHO NETO E O NATURALISMO DA DESILUSÃO
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2009.7030Resumo
O romance Miragem, do escritor maranhense Henrique CoelhoNeto (1864-1934), foi publicado no Rio de Janeiro em 1895 peloeditor Domingos Magalhães, da Livraria Moderna (EL FAR, 2004),que naquele mesmo ano traria a público Bom-crioulo, o romance audaciosode Adolfo Caminha (1867-1897) sobre um marinheiro negroe gay. Miragem é um romance de inspiração realista com considerávelinvestimento narrativo na crônica histórica. O evento retratado éo 15 de novembro, do qual Coelho Neto foi testemunha e até certoponto partícipe, mas o ponto de vista é do protagonista Tadeu, umsoldado tuberculoso que fora expulso de casa pela mãe depois queperdeu o pai.Desde sua estreia no romance em 1893, com a publicação deA Capital federal, a fortuna crítica de Coelho Neto (relativamenteescassa se comparada com a dos contemporâneos Machado de Assise Aluísio Azevedo) oscila entre dois focos de interesse que MarcosAparecido Lopes (1997) chama de “documento” e “ornamento”. Miragemé o romance que congrega o que a tradição crítica identificoucomo positivo, a narrativa documental (mímesis), e negativo, a preferêncialexical de Coelho Neto por uma linguagem afetada e deslocadado seu próprio tempo (opulência). Assim que a obra saiu, AraripeJúnior (1848-1911) elogiou em resenha o hábil retratista da ambiênciarural e dos perfis psicológicos dos personagens, além do cronistahistórico que registra o instante político do país.Publicado
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