Análise dos ethé de Marielle Franco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2022.63383

Palavras-chave:

Análise do Discurso, Ethos, Esfera Pública, Ativismo Político, Discursos Contra-hegemônicos.

Resumo

Neste artigo, analisamos a construção do ethos prévio e discursivo de Marielle Franco, brasileira negra, atuante ativista pelos direitos humanos, que procurou mudar sua realidade e a de outras mulheres em situações análogas a dela, mas teve seu sonho interrompido pela morte violenta da qual foi vítima. Para compreender as pretensões de validez desses discursos, utilizamos como instrumentais teórico-metodológicos as concepções de ethos da Análise do Discurso, predominantemente de vertente francesa, representadas por Maingueneau (2004, 2008), Charaudeau (2004, 2008), Amossy (2008) e Abreu-Aoki (2016) aplicadas em três textos do gênero entrevista, realizadas com Marielle. Procuramos detectar na materialidade linguística elementos que pudessem nos mostrar como se constituiria o processo de projeção de ethé na e pela enunciação da ex-deputada em suas alocuções nas entrevistas, a partir do exame de formas linguísticas que realizam os atos alocutivo (de endereçamento ao interlocutor); elocutivo (pelo qual o enunciador marca sua posição em relação ao que diz) e delocutivo (asserções e representação de discursos do outro no fio do dizer). O estudo serviu-nos para mostrar como ela mobilizou, ações e fatos da vida para construir uma imagem que pudesse levá-la ao poder público e, com isso, dar visibilidade às demandas daqueles representados por ela.

Biografia do Autor

Cláudio H Lessa, CEFET-MG

Professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG.  Doutor em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Coordena o grupo de pesquisas Estudos sobre Narrativas de Si a partir de Corpora e Suportes Diversos (Narrar-se) do CEFET –MG. Desenvolve pesquisas sobre narrativas de si em diversoscorpora e suportes.

Adriana Célia da Silva Bicalho, CEFET-MG

Doutoranda em Estudos de Linguagens - CEFET-MG; Mestra em Educação - UNA-MG; Especialista em Gestão de Pessoas - UNA-MG; Bacharel e lincenciada em Psicologia - PUC-MG. Membro dos grupos de estudo “Narrar-se” e “Mulheres na Edição”.

Dilma Campelo Rio Verde, CEFET-MG

Professora do Instituto Federal do Norte de Minas. Doutoranda em Análise do Discurso no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Mestra em Estudos de Linguagens pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG,2017). Pesquisadora acadêmica nos campos da Linguística, Análise do  Discurso, da Literatura Brasileira e em edição. Atualmente participa dos grupos de estudo credenciados pelo CNPq “Narrar-se” e “Mulheres na Edição”.

Lucimara Moreira, CEFET-MG

Doutoranda em Estudos de Linguagens e Mestra em Educação Tecnológica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Integrante dos grupos de pesquisa Narrar-se, DPRODEPT e NOSS, no CEFET-MG.

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Publicado

2022-06-23

Edição

Seção

Dossiê: Discursos de ódio e discursos de resistência em ambiente digital