A biblioteca como porta de saída e a literatura como ponto de chegada: espaços de abertura e diálogo no romance No Inferno.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2021.59853

Palavras-chave:

literatura, leitura, linguagens

Resumo

Este artigo tem por objetivo estudar os espaços de clausura e de abertura inscritos no livro No Inferno a fim de estabelecer o percurso de conexão com os espaços exteriores às ilhas cabo-verdianas, movimento este que, no referido texto, se dá, principalmente, no diálogo com a literatura-mundo. O confinamento vivido pela personagem pode ser visto a partir da incapacidade de narrar, gerando um aprisionamento condicionado à linguagem, mas não ao da narrativa, descrevendo os impasses do escritor na contemporaneidade. Logo, o mapa que, no romance, estabelece a ponte entre Cabo Verde e os espaços externos às ilhas advém de dispositivos engendrados no texto, tais como referências, alusões, citações, intertextualidade, colagem, bricolagem, em um processo de desconstrução dos textos acoplados à narrativa, tornando-a contemporânea na medida em que a converte num espaço infernal e em constante movimento. A análise ancora-se, teoricamente, nos estudos de Giorgio Agamben, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jeanne Marie Gagnebin e Walter Benjamin. 


Biografia do Autor

Vilma Aparecida Galhego, PUC-SP

Doutora em Letras (Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa) pela Universidade de São Paulo/USP, mestre em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/ SP . Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Bandeirante de São Paulo e graduação em Letras pela Faculdade Teresa Martin. Atualmente trabalha na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, no Núcelo Técnico do Currículo, atua como professora convidada nos cursos de extensão universitária na UNIVASF. Experiência na área de Letras, com ênfase em Outras literaturas vernáculas. Atuando principalmente nos seguintes temas: Literaturas africanas de Língua Portuguesa; Poesia africana de língua portuguesa, Romance africano de língua portuguesa. Participa do Grupo de Pesquisa O narrador e as fronteiras do relato do Programa de Literatura e Crítica Literária da PUC/SP.

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Publicado

2021-12-31

Edição

Seção

Dossiê Sentir-se/estar apartado, estabelecer elos: tendências insulares na literatura de Cabo Verde