A cultura urbana periférica – silenciamentos e táticas

Autores

  • Rôssi Alves Gonçalves universidade Federal Fluminense (UFF)
  • Marildo J. Nercolini UFF

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2018.34425

Palavras-chave:

arte urbana carioca, narrativas, repressão, resistências.

Resumo

Neste artigo nos propomos a analisar duas manifestações fundamentais da arte urbana da cidade do Rio de Janeiro, entendendo-as como narrativas anti-canônicas da cidade- as Rodas Culturais e os Bailes Funk, produzidas por sujeitos advindos das periferias cariocas. Buscaremos refletir sobre as constantes dificuldades impostas pelo poder público à realização destas intervenções, assim como detectar e analisar as táticas usadas por esses sujeitos para suplantar essas dificuldades e colocar em circulação a sua arte. No Rio, o silenciamento dessas expressões dá-se pela proibição de Bailes Funk nas favelas e pela repressão à ocupação do espaço público pelas Rodas Culturais. Entretanto, dado que o campo da cultura se apresenta como processo, tal situação de silenciamento não se fixa: se há fronteiras simbólicas e reais restringindo o fazer artístico desses jovens, elas também produzem contranarrativas em que ficam explícitas as inovadoras maneiras de criar arte em contexto de criminalização. A ação desses sujeitos periféricos tem trazido à cena cultural carioca trocas, hibridismos, experimentações variadas que encontram nas quadras, ruas e praças um lugar de acolhimento.

Biografia do Autor

Rôssi Alves Gonçalves, universidade Federal Fluminense (UFF)

É Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Cultura e Territorialidades - UFF. Tem Pós-Doutorado em Estudos Culturais, pelo PACC/UFRJ. Possui Doutorado em Letras, na área de concentração Teoria Literária, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005), Mestrado em Poética, também pela UFRJ. É professora adjunta III da Universidade Federal Fluminense. Atualmente, pesquisa arte urbana em sua interface com políticas públicas.

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Publicado

2018-10-08

Edição

Seção

Dossiê: A literatura em busca de um lugar neste século