Voz média, incoativos e causativos: um estudo de Sintaxe Experimental
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2017.29691Palavras-chave:
Causativos. Incoativos. Voz média. Estrutura argumental. Processamento.Resumo
Este trabalho apresenta dois experimentos que avaliam o processamento de verbos atuantes na alternância de valência, i.e., que podem ser representados tanto de forma transitiva quanto intransitiva. Foram comparadas orações com verbos causativos (e.g., cortar) e incoativos (e.g., abrir) em ambiente sintático intransitivo. A previsão foi a de os verbos causativos seriam mais difíceis de serem processados se representados com sujeito afetado, devido à composicionalidade morfológica exigir um constituinte compatível com traço de agentividade. O estudo se insere no quadro da teoria da Morfologia Distribuída (HALE e MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), propondo que certos verbos podem atuar em duas valências porque seus morfemas categorizadores assumem diferentes valores (CAUSE e BECOME– HARLEY, 1995, 2006; MARANTZ, 1997; MAIA et al. 2015). A estrutura voz média (e.g., Essa pia limpa fácil) também foi testada com verbos causativos se revelando a mais difícil de ser processada ao ser comparada com orações com verbos incoativos (e.g., A porteira abriu fácil) e causativos com sujeito agentivo (e.g., A tesoura corta fácil). Os resultados mostraram que verbos causativos e incoativos não geram dificuldade de processamento em contexto intransitivo desde que o argumento em posição de sujeito esteja de acordo com as propriedades exigidas pela morfologia do verbo.
http://dx.doi.org/10.12957/soletras.2017.29691
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