Estudo de rastreamento ocular de evidenciais na língua Kaingang
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2017.29686Palavras-chave:
Rastreamento ocular. Evidenciais. Línguas indígenas. Kaingang.Resumo
Neste artigo reportamos um experimento de rastreamento ocular de evidenciais em Kaingang - língua indígena brasileira do Tronco Macro Jê, família Jê, falada no Sul do país - população de mais de 37 mil pessoas. Esta língua possui um sistema de evidencialidade com sete categorias distintas que indicam fonte de informação e, basicamente, organiza as categorias contrapondo informações do tipo “primeira mão”versus “ouvir dizer” (NASCIMENTO, 2013, 2017). Utilizando técnicas da psicolinguística experimental, verificamos, testando falantes adultos, os processos de compreensão dos evidenciais que se opõem quanto à fonte de informação, a saber, o evidencial direto mỹr, que indica informação visual e o indireto je, que indica informação reportada. Em um estudo anterior de medida off-line na modalidade oral/auditiva, Nascimento, Maia e Rebollo-Couto (2016) testam a interpretação semântica desses evidenciais, mostrando a produtividade desses morfemas. No presente estudo, foi aplicado um experimento de rastreamento ocular, com tarefa do tipo “sentence/picture matching” aferindo os mesmos evidenciais, com o objetivo de verificar se esses evidenciais são reais psicologicamente em uma tarefa on-line. Os resultados obtidos apoiam nossas hipóteses e fornecem pistas importantes sobre as características desses morfemas e sobre a forma como atuam no processamento.
http://dx.doi.org/10.12957/soletras.2017.29686
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