Calçada da fome: sobre os anjos e os mortos no Passeio da Glória

Autores

  • José Guimarães Caminha UERJ

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2016.27190

Resumo

Resumo: Nesta reflexão sobre ontologias visuais, transita-se entre as fotografias antigas de pessoas provavelmente já mortas e o mercado vivo das ruas do Rio de Janeiro, notadamente no bairro da Glória, onde se observa o trabalho dos trapeiros numa área conhecida como “calçada da fome”. É nesse espaço intertextual/intermidial que a cidade transforma-se num palco no qual se descortinam os modos de sobrevivência do flâneur e do passante, do trapeiro e do colecionador, e de tantos outros personagens criados por Walter Benjamin (1892 - 1940) e pela poesia de Charles Baudelaire (1821 - 1867). Esse movimento, que conecta em seu trajeto sujeitos, fotografias, artes plásticas, a cidade e suas ruínas, segue os sinais da “iluminação profana” proposta por Benjamin em O Surrealismo – O último instantâneo da inteligência europeia (1929). Por isso, a cidade é vista como um tableau vivant e aqueles artigos ali espalhados, objetos reunidos e ressignificados, formam o labirinto da memória e mapa contemporâneo da própria metrópole.

 

Palavras-chave: Walter Benjamin. Fotografia. Memória. História Social. Medium-de-reflexão

Biografia do Autor

José Guimarães Caminha, UERJ

José Guimarães Caminha Neto é graduado em Comunicação Social (UERJ), especialista em Midia, Opinião Pública e Estratégia Política (IUPERJ), mestre em Teoria da Literatura (UFPE) e doutorando em Literatura Comparada (UERJ). Desenvolveu pesquisa  na Italia, com bolsa da Capes, sob a orientação das Professoras Dra. Carlinda Fragale Pate Nuñez (UERJ) e da professora Dra. Valentina Valentini (Università di Roma La Sapienza) sobre os conceitos de Pathosformel, de Aby Warburg, e de imagem dialética, de Walter Benjamin, aplicando-os ao teatro de Bertold Brecht e ao cinema de  Pippo Delbono.

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Publicado

2017-02-01