A importância do moderador para a educação da oralidade: uma proposta de sequência didática com o gênero debate público regrado

Autores

  • Bruno Defilippo Horta Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Priscila Fernandes Sant'Anna Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2016.22667

Palavras-chave:

Sociolinguística Interacional. Fala-em-interação. Gênero debate público.

Resumo

O ensino de língua materna no Brasil vem passando por um processo de inversão de valores quanto aos papéis assumidos em sala de aula por alunos e professores. Estes encontram dificuldades para se colocar na condição de voz majoritária no ambiente de ensino em virtude da desvalorização de sua profissão, das condições precárias para executar sua função de educadores, agravadas pela carência de formação continuada através da capacitação para ampliar e aperfeiçoar seus conhecimentos e práticas educacionais. Por sua vez, os alunos encontram-se inseridos em uma realidade de dissolução dos valores e ausência de noções e princípios básicos de convivência em espaços coletivos, em razão do crescente distanciamento dos pais no processo de inserção de seus filhos em práticas educacionais permeadas pelas noções de limite e respeito ao espaço do outro. Nesse sentido, em conformidade com as ferramentas da Linguística Interacional (SELTING; COUPER-KUHLEN, 2001) e com os pressupostos de Análise da Conversa Etnometodológica e da Sociolinguística Interacional, este artigo tem como objeto de estudo o gênero debate público, motivado pela necessidade de uma (re)educação da oralidade no que tange ao ensino de Língua Portuguesa nas escolas brasileiras. Tendo como base os escritos de Miranda (2005) sobre tal problemática e a partir das teorias dos gêneros textuais presentes em Marcuschi (2002) e Dolz, Schneuwly e Pietro (2004), desenvolveu-se uma sequência didática para o gênero escolhido. Em sua produção final, realizou-se um debate que foi gravado em áudio e, em seguida, transcrito com base em SSJ (1974, citado por GAGO, 2002). Assim, verifica-se como os participantes, atores sociais, agem nessa situação real de fala-em-interação ao realizarem o gênero debate público.

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Publicado

2016-07-22