A Confissão de Lúcio e a crise da narrativa moderna
Rafael Santana
Resumo
O romance, gênero textual do mundo burguês, nasce a partir da transição da sociedade aristocrática para a burguesa, entre fins do século XVIII e início do século XIX, assinalando uma crise na forma e no conteúdo da literatura, que passaria a ser expressa mormente em prosa e cuja temática estaria voltada, muitas vezes, para aqueles assuntos considerados corriqueiros, uma vez que o romance, ao ser composto para um público leitor ampliado, visaria também a cumprir uma função pedagógica de engajamento. Na contramão da narrativa oitocentista, o romance do princípio do século XX, inscrito na ideia da crise da mimesis, romperia com os padrões da narrativa do século XIX, evidenciando um abalo na estrutura do próprio texto. Este trabalho propõe uma análise de A Confissão de Lúcio – do escritor modernista Mário de Sá-Carneiro –, um dos primeiros romances a esgarçar o cânone da narrativa oitocentista em Portugal, assinalando a consciência da crise da representação. Para tanto, baseia-se nas teorias do romance de Georg Lukács, Ian Watt e Anatol Rosenfeld.
Palavras-chave
Narrativa oitocentista. Narrativa novecentista. Mário de Sá-Carneiro.
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2015.16355

SOLETRAS online - ISSN 2316 8838
Revista do Departamento de Letras
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