A decolonialidade em direção ao feminismo negro quilombola: uma reflexão necessária
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2022.67212Palavras-chave:
hegemonia colonial, mulher negra quilombola, feminismo negro.Resumo
Este artigo é parte do resultado dos estudos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa em Educação Quilombola da Universidade Federal de Mato Grosso, com um viés voltado para a compreensão do decolonialismo como meio de o feminismo negro da mulher quilombola ressignificar a sua história na sociedade. Como lócus da pesquisa, que possui abordagem qualitativa, por meio de uma revisão bibliográfica de autoras negras que abordam o tema, adotou-se o território quilombola Vão Grande, no município de Barra do Bugres (MT). Para tanto, buscou-se responder ao seguinte questionamento: de acordo com as concepções de teóricas negras, quais indícios na sociedade contemporânea continuam reforçando as desigualdades raciais e de gênero em relação às mulheres negras quilombolas? Assim, o objetivo delineado foi o de analisar sobre os saberes e os fazeres das mulheres negras quilombolas e como essas mulheres são (re)conhecidas espacial e culturalmente de acordo com os constructos teóricos, buscando verificar se, diante do avanço da contemporaneidade, o papel da mulher negra quilombola vem sendo ressignificado. Concluiu-se que, mesmo com os avanços nos estudos e nos entendimentos que visam romper com a visão da colonização e da subalternidade, ainda que as mulheres entrevistadas no decorrer da pesquisa apresentem conquistas pessoais, como o acesso ao estudo e à formação, o discurso hegemônico colonial ainda prevalece, de forma que necessário se faz fomentar debates e políticas públicas para a sua efetiva desconstrução.
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