O Palácio da Loucura: a mente humana retratada por Ariosto

Autores

  • Sara Gabriela Simião Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

DOI:

https://doi.org/10.12957/italianouerj.2022.70741

Palavras-chave:

Orlando furioso. Palácio de Atlante. Repetições. Circularidade. Representação da loucura.

Resumo

RESUMO: Este artigo tem por objetivo mostrar como o episódio do Palácio de Atlante é construído de modo a traçar uma espécie de retrato da mente humana obcecada, mais especificamente, da loucura, tema fundamental da obra Orlando furioso (1532), de Ludovico Ariosto. Ao longo do poema, as personagens empreendem quêtes próprias, tentando satisfazer as suas pulsões. Com isso, acabam se embrenhando cada vez mais na selva, espaço labiríntico em que se perdem física e mentalmente. Trata-se de uma obra marcada pelo movimento delirante, circular, e, muitas vezes vão, que desemboca em episódios de loucura (apaixonada e furiosa), e o Palácio aparece como uma síntese dessa pulsação incontrolável e delirante. Dentro dessa construção, a confusão sentimental das personagens e o errar são observáveis na perseguição doentia de projeções. O poeta, então, desenha um vai e vem incessante, que ocorre em um tempo e espaço infinitos. O delirante errar das personagens, que nunca alcançam os seus objetos de desejo, exprime os movimentos da loucura, que atingem o vazio. Além disso, as repetições refletem a energia gasta inutilmente atrás das infinitas metas do desejo. Isso reproduz o caráter monomaníaco da mente perdida e obcecada em uma ideia, da qual parece impossível se livrar. O atravessar de diferentes lugares marca, também, a circularidade presente ao longo do poema, que exprime o drama da ilusão e a dialética entre razão e loucura. Assim, circularidade e repetição formam o movimento da loucura humana e se materializam no Palácio.

Palavras-chave: Orlando furioso. Palácio de Atlante. Repetições. Circularidade. Representação da loucura.

 

ABSTRACT: Questo articolo si propone di mostrare come l’episodio del Palazzo di Atlante sia costruito per tracciare una sorta di ritratto della mente umana ossessionata, più precisamente della follia, tema fondamentale dell’opera Orlando furioso (1532), di Ludovico Ariosto. Per tutto il poema, i personaggi intraprendono le proprie quêtes, cercando di soddisfare le loro pulsioni. Di conseguenza, finiscono penetrando, sempre di più, la selva, uno spazio labirintico in cui si perdono fisicamente e mentalmente. È un’opera segnata da un movimento delirante, circolare e spesso vano, che porta a episodi di follia (appassionata e furiosa), ed il Palazzo appare come una sintesi di questa pulsione incontrollabile e delirante. All’interno di questa costruzione, la confusione sentimentale dei personaggi e l’errare sono osservabili nella malsana ricerca di proiezioni. Il poeta, quindi, disegna un incessante andirivieni, che si svolge in un tempo e in uno spazio infiniti. L’errare delirante dei personaggi, che non ottengono mai i loro oggetti del desiderio, esprime i movimenti della follia, che raggiungono il vuoto. Inoltre, le ripetizioni riflettono l’energia sprecata inutilmente dietro gli infiniti obiettivi del desiderio. Questo riproduce il carattere monomaniaco della mente perduta e ossessionata da un’idea, di cui sembra impossibile liberarsi. L’attraversamento di luoghi diversi segna anche la circolarità presente in tutto il poema, che esprime il dramma dell’illusione e la dialettica tra ragione e follia. Così la circolarità e la ripetizione formano il movimento della follia umana e si materializzano nel Palazzo.

Parole-chiave: Orlando furioso. Palazzo di Atlante. Ripetizioni. Circolarità. Rappresentazione della follia.

 

ABSTRACT: This article aims to show how the Atlantes’s Castle episode is constructed in order to draw a kind of portrait of the human mind obsessed, more specifically of madness, a fundamental theme of the work Orlando Furioso (1532) by Ludovico Ariosto. Throughout the poem the characters undertake quêtes of their own, trying to satisfy their drives. As a result, they end up deeper and deeper into the forest, a labyrinthine space in which they get lost physically and mentally. It is a work marked by a delirious, circular and often vain movement, which leads to episodes of madness (passionate and furious) and the Castle appears as a synthesis of this uncontrollable and delirious drive. Within this construction the characters’ sentimental confusion and the roam are observable in the unhealthy pursuit of projections. Then the poet draws an incessant coming and going, which takes place in infinite time and space. The delirious roam of the characters, who never reach their objects of desire, expresses the movements of madness, which reach the emptiness. Furthermore the repetitions reflect the energy wasted uselessly behind the endless goals of desire. This reproduces the monomaniac character of the lost mind obsessed with an idea, which seems impossible to get rid of. The crossing of different places also marks the circularity present throughout the poem, which expresses the drama of illusion and the dialectic between reason and madness. Thus circularity and repetition form the movement of the human madness and materialize in the Castle.

Keywords: Orlando Furioso. Atlantes’s Castle. Repetitions. Circularity. Representation of madness.

Biografia do Autor

Sara Gabriela Simião, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

 Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP-FCL)

Downloads

Publicado

2022-10-17

Como Citar

Simião, S. G. (2022). O Palácio da Loucura: a mente humana retratada por Ariosto. Revista Italiano UERJ, 13(1), 16. https://doi.org/10.12957/italianouerj.2022.70741

Edição

Seção

Artigos