Cirurgia bariátrica no tratamento da obesidade: impacto sobre o metabolismo ósseo

Autores

  • Roberta Sarmento Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.
  • Daniela Casagrande Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.
  • Beatriz Schaan Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.9811

Resumo

A obesidade é um problema de saúde pública de proporções epidêmicas que atinge parte significativa da população mundial. O aumento da morbidade associada à obesidade é particularmente importante por estar relacionado com o aumento no risco de doenças crônicas não transmissíveis. Dietoterapia e estímulo à prática de atividades físicas, associados à terapia comportamental, constituem a abordagem inicial do problema, que pode incluir o uso de medicamentos antiobesidade. Esgotadas as chances de sucesso do tratamento clínico, indica-se o tratamento cirúrgico. Além do benefício de significativa redução de peso, a cirurgia bariátrica se associa com redução na incidência de diabetes, melhora da dislipidemia e redução de mortalidade. Entretanto, paraefeitos da cirurgia bariátrica devem ser considerados, os quais podem ocorrer tanto em curto prazo quanto tardiamente. Alterações no metabolismo do cálcio e da vitamina D e perda de massa óssea no pós-operatório são efeitos adversos importantes que têm sido relatados nos últimos anos. A deficiência da vitamina D leva à diminuição da absorção intestinal de cálcio, redução da calcemia, seguida de elevação do paratormônio, que determina então aumento da mobilização do cálcio ósseo e diminuição da sua eliminação renal, juntamente com aumento na depuração do fosfato. Indivíduos obesos que se submetem a procedimentos que promovem restrição e/ou disabsorção de nutrientes são os que apresentam maior risco de alterações no metabolismo do cálcio, fósforo e deficiência de vitamina D. A perda de massa óssea se inicia já nos primeiros meses de pós-operatório. As técnicas cirúrgicas que causam disabsorção constituem-se em risco elevado para desenvolvimento de doenças ósseas. Entretanto, há estudos demonstrando alterações no metabolismo ósseo em técnicas puramente restritivas. Em relação ao risco de fraturas, sabe-se que baixo peso corporal é fator de risco para fraturas, principalmente em idosos. Entretanto, poucos estudos têm demonstrado a ocorrência de fraturas após a cirurgia bariátrica, os quais apresentam resultados controversos. Com base nesta revisão, a cirurgia bariátrica está associada com redução na absorção de cálcio, deficiência de vitamina D, perda de massa óssea e, possivelmente, aumento no risco de fraturas.

Descritores: Obesidade; Cirurgia bariátrica; Deficiências nutricionais; Densidade óssea; Cálcio; Vitamina D.

 

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):87-93

doi:10.12957/rhupe.2014.9811

Biografia do Autor

Roberta Sarmento, Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

Daniela Casagrande, Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

Beatriz Schaan, Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

Departamento de Medicina Interna. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brasil.

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Publicado

2014-03-17

Edição

Seção

Artigos