Obesidade e hipercortisolismo: armadilhas no diagnóstico

Autores

  • Ana Beatriz Tavares Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Vicente da Silva Júnior Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Ana Lúcia Tabet Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.9804

Resumo

A síndrome de Cushing é relativamente rara na população geral, porém, apresenta uma prevalência maior em certos grupos populacionais, como hipertensos, diabéticos e obesos. Embora os testes diagnósticos sejam bem estabelecidos para a população geral, eles podem apresentar resultados falso-positivos nos pacientes obesos, devido a particularidades encontradas nesta entidade clínica, como hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, alterações na concentração da globulina ligadora de glicocorticoides, e aumento do clearance periférico do cortisol devido à expressão de receptores de glicocorticoides e a alteração da atividade enzimática da 11β hidroxiesteroide-desidrogenase, enzima cujas isoformas promovem a interconversão entre a forma ativa – cortisol – e a inativa – cortisona.O cortisol sérico após supressão noturna com 1 miligrama de dexametasona, o cortisol livre urinário e o cortisol salivar noturno são exames usados com frequência na investigação de síndrome de Cushing, inclusive na população obesa. O cortisol livre urinário pode apresentar resultados falso-positivos nos obesos, devendo-se ter cautela com a sua interpretação. Por outro lado, a dosagem do cortisol após supressão noturna com 2 miligramas de dexametasona vem sendo apontada por alguns autores como sendo de melhor acurácia em indivíduos obesos, fornecendo menor taxa de resultados falso-positivos. O teste de Liddle 1 (dexametasona 0,5 miligrama de 6 em 6 horas por 48 horas) também pode ser utilizado na investigação de síndrome de Cushing em obesos, com menor incidência de falso-positivos. Para a confirmação de síndrome de Cushing, é necessária a positividade de dois testes diagnósticos diferentes.O correto diagnóstico da síndrome de Cushing deve ser feito o quanto antes a partir da suspeita clínica, pois pode ser subdiagnosticado na população obesa. O tratamento da síndrome de Cushing melhora a qualidade de vida, reduz o peso corporal e a mortalidade cardiovascular.

Descritores: Obesidade; Sistema hipófise-suprarrenal; Síndrome de Cushing.

 

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):38-46

doi:10.12957/rhupe.2014.9804

Biografia do Autor

Ana Beatriz Tavares, Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Vicente da Silva Júnior, Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Ana Lúcia Tabet, Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Unidade Docente Assistencial de Endocrinologia. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2014-03-17

Edição

Seção

Artigos