Fatores de risco cardiovasculares em crianças obesas
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.9795Resumo
Desde os anos pré-púberes, crianças com excesso de peso são expostas precocemente a fatores de risco cardiovascular que atuam de forma negativa no endotélio vascular e na íntima-média dos vasos, levando ao início da doença aterosclerótica nessa faixa etária. Esta revisão tem por objetivo trazer ao conhecimento dos profissionais de saúde a importância da identificação e da intervenção terapêutica precoces em crianças com excesso de peso, sabidamente em risco para a instalação da síndrome metabólica, na tentativa de evitar a evolução para doenças crônicas, em especial para as doenças cardiovasculares.Atualmente a obesidade atinge todas as faixas etárias da população e, assim como nos adultos, vem alcançando proporções epidêmicas nas crianças e adolescentes, já sendo considerada um dos desafios mais sérios de saúde pública no século XXI. Ao contrário do que se acreditava, que crianças obesas não apresentavam risco cardiovascular até atingirem a idade adulta, os estudos apontam que a aterosclerose se inicia na infância. A constatação de que o excesso de peso na infância e os fatores de risco a ele relacionados persistem até a vida adulta foi documentada em ao menos três grandes estudos de coorte: o Muscatine Study, o Cardiovascular Risk in Young Finns Study e o Bogalusa Heart Study. O tempo de exposição aos múltiplos fatores de risco nessa etapa da vida até a adultícia parece estar diretamente associado à morbimortalidade por doença cardiovascular. A demonstração de que as doenças cardiovasculares podem ter sua origem na infância leva à necessidade de que seus fatores de risco sejam amplamente investigados nesse período, com o objetivo de planejar intervenções cada vez mais precoces e possivelmente mais efetivas, reduzindo no futuro a morbimortalidade por doenças cardiovasculares.
Descritores: Criança; Obesidade; Fatores de risco; Doenças cardiovasculares.
Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):26-32
doi:10.12957/rhupe.2014.9795